Bloomberg Línea — O feriado de 7 de Setembro, a menos de um mês para o primeiro turno das eleições presidenciais de 2022, reuniu atos nas principais cidades do Brasil, em um momento crucial na corrida eleitoral.
Candidatos à frente das principais pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro participou nesta manhã de um desfile cívico-militar, em Brasília, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não divulgou uma agenda oficial para o ato.
Cerca de 10 mil policiais foram mobilizados para evitar tumultos na capital federal, onde apoiadores de Bolsonaro realizaram comícios pró-governo após o desfile. O Supremo Tribunal Federal (STF) reforçou a segurança para evitar um possível ataque durante manifestações esperadas para esta quarta-feira.
Uma barreira eletrônica antidrone também foi instalada para proteger a sede do tribunal, um prédio a poucos quarteirões de onde as manifestações devem ocorrer, disseram à Bloomberg News duas pessoas com conhecimento direto do assunto, pedindo anonimato para discutir informações confidenciais.
Veja os principais acontecimentos do dia:
Bolsonaro faz discurso a apoiadores no Rio (16h40)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um breve discurso durante a manifestação de 200 anos pela Independência do Brasil no Rio de Janeiro. Do alto de um caminhão de som, Bolsonaro falou a um público formado por apoiadores sobre o que chamou de “momento de decisão”, se referindo às eleições, e dirigiu ataques ao ex-presidente Lula, que lidera as intenções de voto para presidente, chamando-o de “quadilheiro de nove dedos”, e comparou a situação do Brasil com a de outros países, como a Venezuela, a Argentina e a Nicarágua.
O chefe do Executivo voltou a afirmar que seu governo melhorou a economia, “apesar da pandemia de covid-19″, e garantiu que a inflação do Brasil será menor do que na Europa e nos EUA. Ele também destacou a política externa, chamando-a de “inigualável”, citando a negociação de fertilizantes com a Rússia “mesmo com o mundo e a imprensa contra”.
Desfile e ato sob chuva em São Paulo (15h50)
Sob chuva, o desfile cívico-militar de São Paulo aconteceu na Avenida Dom Pedro I, no Ipiranga, zona sul da cidade. Já na Avenida Paulista, região central, apoiadores do presidente Bolsonaro se reúnem desde 10h00 da manhã, com uma manifestação que foi convocada há meses e que, no meio da tarde, já com o céu mais limpo, se estendia por seis quarteirões nos dois sentidos da avenida. O candidato ao governo de São Paulo e aliado do chefe do Executivo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), chegou a discursar mais cedo e saudou o processo de independência do país. Participam também Marcos Pontes, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Carla Zambelli, candidata a deputada federal, e Eduardo Bolsonaro, filho do presidente e deputado federal.
Bolsonaro participa de evento miliar no Rio de Janeiro (14h45)
Em motociata exibida em suas redes sociais, o presidente Bolsonaro chegou no começo da tarde ao local do evento militar no Rio de Janeiro em comemoração ao Bicentenário da Independência, na Orla de Copacabana. Entre apresentações da Marinha do Brasil e da Aeronáutica, o evento reúne apoiadores do presidente, que se concentram desde às 8h00 da manhã em solo e em água, com motos aquáticas e barcos, além de autoridades, como o governador do Estado, Claudio Castro (PL). Participam também o empresário Luciano Hang, que participou mais cedo do ato em Brasília, Clarissa Garotinho, candidata ao Senado pelo União Brasil e filha de Anthony Garotinho, ex-governador do Rio.
Bolsonaro discursa na Esplanada (11h30)
Em discurso em carro de som após o desfile militar na Esplanada, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro discursou a uma multidão de apoiadores em tom de campanha eleitoral. Ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, do vice-presidente Hamilton Mourão, em segundo plano, e do empresário Luciano Hang, dono da Havan, o chefe do Executivo disse que “temos pela frente uma luta do bem contra o mal”, e convocou seus eleitores a votarem no primeiro turno das eleições, no próximo dia 2 de outubro.
Bolsonaro voltou a criticar o que chamou de “política do fica em casa”, durante a pandemia do coronavírus, e disse que o Brasil retomou a economia com um recorde na criação de empregos, inflação “despencando” e “uma das gasolinas mais baratas do mundo”. O presidente também lançou críticas ao Datafolha, instituto independente de pesquisa de opinião do Grupo Folha, reforçando que o “data povo” é o que deve ser levado em conta, fazendo menção à multidão de apoiadores presentes no ato.
Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, celebra 7 de Setembro (8h40)
Bolsonaro participa de desfile em Brasília (8h35)
Bolsonaro participou de um desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, evento que estava previsto nas comemorações oficiais do governo federal do Dia da Independência, junto a outras autoridades.
Em tom de campanha, um pouco antes, em entrevista à TV Brasil, ele citou os feitos de seu governo e voltou a convocar os eleitores a irem às ruas para os atos.
“Temos hoje já uma das gasolinas mais baratas do mundo. Temos o maior projeto social do mundo, os 600 reais do Auxílio Brasil, levamos água para o Nordeste”, elencou. “O povo brasileiro que hoje está indo às ruas para festejar 200 de independência e uma eternidade de liberdade, o que tá em jogo é a nossa liberdade, é o nosso futuro”.
Ontem, o presidente participou de uma missa que relembrou os quatro anos desde que tomou uma facada durante campanha presidencial em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 2018.
Rodrigo Pacheco (DEM), presidente do Senado, celebra Dia da Independência (8h01)
Lula usa propaganda eleitoral para falar de 7 de Setembro (7h55)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou o espaço na propaganda eleitoral da TV desta terça-feira (6), e também nas redes sociais, para falar sobre o 7 de Setembro e dirigir comentários ao governo Bolsonaro.
“O Sete de Setembro é para ser comemorado com alegria e união por todos os brasileiros. Infelizmente, não é o que acontece hoje. Esse governo abandonou o povo e vem destruindo o país. Eles usam a nossa bandeira para mentir, pregar o ódio e incentivar a venda de armas”, diz Lula na propaganda. “Eu tenho fé que o Brasil vai reconquistar a sua independência e voltar a ser respeitado no mundo”.
Ele não tem agenda oficial para o dia.
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