Bloomberg — As taxas de swap subiram depois que o presidente do Banco Central do Brasil emitiu uma mensagem mais agressiva aos investidores, reforçando que um aumento final da taxa de juros ainda é uma possibilidade, mesmo com a maioria dos investidores apostando que a campanha de aperto monetário já é coisa do passado.
“Precisamos enviar uma mensagem dura”, disse Roberto Campos Neto, presidente do BC, em evento organizado pelo jornal Valor Econômico na segunda-feira (5). “A mensagem que continua válida é que avaliaremos a necessidade de um aumento final de juros” em setembro.
As taxas na “barriga” da curva subiram cerca de 10 pontos base nesta terça-feira (6), enquanto as taxas na extremidade curta da curva subiram cerca de 5 pontos. O real enfraqueceu em relação ao dólar na abertura dos mercados, após perdas em seus principais pares de mercados emergentes.
Campos Neto também acrescentou que o Banco Central ainda não está pensando em cortes de juros. “Ainda estamos pensando em terminar nosso trabalho” de trazer a inflação de volta à meta.
A maioria dos investidores descartou amplamente as chances de aperto monetário adicional depois de um ciclo que já adicionou 11,75 pontos percentuais aos custos de empréstimos desde março de 2021. Com a Selic atualmente em 13,75%, os economistas agora discutem quando os cortes de juros podem começar, já que o BC prevê três meses consecutivos de deflação resultante de grandes cortes de impostos sobre combustíveis.
Preocupações na mesa
No entanto, os formuladores de políticas permanecem “vigilantes” e “preocupados” com os principais componentes da inflação, como serviços e salários, de acordo com Campos Neto. O crescimento mais forte do que o previsto no segundo trimestre ajuda a manter forte a demanda doméstica.
Após a mensagem dura de Campos Neto, os investidores agora se concentram nas declarações do Diretor de Política Monetária, Bruno Serra, em evento organizado pela Bradesco Asset Management na manhã de hoje.
Economistas consultados pelo BC no Relatório Focus revisaram suas estimativas de inflação para 2024, embora tenham reduzido as previsões para este ano e o próximo. A maioria ainda vê os preços ao consumidor subindo acima da meta até 2024.
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