Opep concorda com corte simbólico em outubro para manter estabilidade do petróleo

Grupo irá cortar 100 mil barris por dia da produção, revertendo aumento de setembro, sinalizando mais atenção com preços

BP Plc Cherry Point
Por Dina Khrennikova, Salma El Wardany, Grant Smith e Ben Bartenstein
05 de Setembro, 2022 | 09:25 AM

Bloomberg — A Opep+ concordou em fazer um corte simbólico no fornecimento de petróleo para outubro, buscando estabilizar os mercados globais depois que um cenário econômico instável desencadeou a maior queda de preços em dois anos.

O grupo reduzirá a produção em 100.000 barris por dia no próximo mês, levando os suprimentos de volta aos níveis de agosto, disseram os delegados. O movimento surpresa reverte exatamente o aumento de setembro que foi feito em resposta às súplicas do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

O acordo pode ser um desenvolvimento preocupante para as nações consumidoras, que enfrentam o aperto inflacionário dos preços do petróleo a US$ 95 o barril e a perspectiva de uma crise de energia no inverno do Hemisfério Norte. Os mercados devem ter uma oferta reduzida por conta das sanções da União Europeia contra o petróleo russo por conta da invasão da Ucrânia.

Embora o corte seja “insignificante em termos de volume, destina-se a enviar um sinal de que a Opep+ está de volta ao modo de observação de preços”, disse Bill Farren-Price, chefe de pesquisa macro de petróleo e gás da Enverus.

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O petróleo Brent subia 3,2%, a US$ 96,03 por barril, às 9h20 (horário de Brasília).

Os contratos futuros do petróleo perderam 20% nos últimos três meses por temores de uma desaceleração econômica global, colocando em risco a receita inesperada que os sauditas e seus parceiros desfrutam este ano. A China, o maior importador de petróleo, exibiu sinais de desaceleração econômica “alarmante”, com o consumo aparente caindo 9,7% em julho, para uma mínima de dois anos, em meio a atividade comercial mais fraca e duras restrições à covid-19. Enquanto isso, os EUA contornaram a recessão e adotaram uma política monetária mais rígida.

No entanto, a decisão de cortar colide um pouco com a própria perspectiva da Opep. A análise de um comitê da aliança, que se reuniu na última quarta-feira, mostrou que a demanda global será maior do que a oferta no quarto trimestre, fazendo com que os estoques reduzam a uma taxa de 300.000 barris por dia.

--Com a colaboração de Olga Tanas

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