Bloomberg Línea — Liz Truss será a sucessora de Boris Johnson como a nova primeira-ministra do Reino Unido após ganhar a eleição no Partido Conservador do país. Ela assumirá a liderança em um momento de inflação mais elevada em quatro décadas e de uma crise de energia sem precedentes.
Truss, que atuava como ministra de Relações Exteriores do país, venceu o rival Rishi Sunak, ex-ministro das Finanças, em uma votação entre os membros do Partido Conservador: 81.326 membros votaram em Truss, enquanto 60.399 votaram em Sunak. A participação foi de 82,6%.
A corrida pela liderança na legenda começou com dez candidatos, com Truss e Sunak como finalistas após cinco rodadas de votação, em 20 de julho, depois que Johnson foi forçado a abrir mão no cargo diante de escândalos que fizeram ceder a sua base de sustentação no partido, como a participação em festas no meio da pandemia.
Truss, 47 anos, não se torna automaticamente primeira-ministra nesta segunda-feira (5), já que o ritual determina que o primeiro-ministro cessante (neste caso, Boris Johnson) deve primeiro apresentar sua renúncia à rainha Elizabeth II, que então nomeia Truss.
Como a rainha está atualmente hospedada em sua residência escocesa no Balmoral Castle, o evento será realizado nesse local, e não no Palácio de Buckingham, em Londres, uma vez que a monarca de 96 anos enfrenta problemas de mobilidade.
A prioridade imediata da nova primeira-ministra será concretizar rapidamente planos para lidar com os crescentes valores das contas de energia, que, neste inverno no hemisfério Norte devem triplicar diante de problemas no fornecimento. Ela prometeu um orçamento de emergência em seu primeiro mês no cargo, provavelmente antes do recesso do Parlamento em 22 de setembro.
Os desafios de Truss incluem reorganizar o Serviço Nacional de Saúde após a pandemia de covid-19, alavancar a confiança na indústria e administrar greves em áreas como educação e transporte.
Ainda, em Edimburgo, o Partido Nacional Escocês de Nicola Sturgeon demanda um referendo de independência que ameaça desmembrar o Reino Unido.
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