Tencent deve realizar desinvestimento de cerca de US$ 14,5 bilhões

Companhia chinesa disse que não recebeu nenhuma pressão externa em relação ao portfólio de investimentos

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Bloomberg — A Tencent Holdings teria estabelecido uma meta de desinvestir cerca de 100 bilhões de yuans (US$ 14,5 bilhões) de seu portfólio de ações listadas de US$ 88 bilhões este ano, à medida que muda de estratégia, informou o Financial Times, citando duas pessoas familiarizadas com o assunto que preferiram não se identificar.

O serviço de delivery Meituan está entre os ativos que estariam nesse processo, informou o jornal. Uma redução na participação poderia aliviar a pressão dos reguladores antitruste.

Um porta-voz da Tencent contestou a notícia em uma declaração por e-mail. “Não temos valores-alvo para desinvestimentos”, escreveu o porta-voz. “Sempre investimos com o objetivo de gerar fortes retornos para nossa empresa e acionistas, não de acordo com qualquer cronograma ou meta arbitrária. Também não recebemos nenhuma pressão externa em relação ao nosso portfólio de investimentos.”

Recentemente, a Bloomberg Línea reportou que a Prosus e a Naspers anunciaram um programa de recompra de ações aberto com a venda de pequenas quantidades de ações da Tencent para “desbloquear valor imediato para os acionistas”.

Desde o final de 2020, Pequim trabalha para conter a influência de líderes do setor de tecnologia, da Tencent ao Alibaba Group (BABA). As duas empresas têm papel importante sobre a economia chinesa da internet por meio da participação parcial de centenas de startups e empresas de capital aberto.

A operadora do WeChat no ano passado começou a divulgar planos para vender ações de empresas investidas como a gigante do comércio eletrônico JD.com e Sea (dona da Shopee). No início deste mês, executivos da Tencent disseram que uma notícia de que a empresa planejava vender toda ou a maior parte de sua participação de US$ 24 bilhões na Meituan não estava correto.

Os maiores investimentos da empresa com sede em Shenzhen incluem Sea, Kuaishou Technology (do aplicativo Kwai) e Bilibili.

O movimento de desinvestimento já começou, embora ainda haja discussões sobre quais participações em negócios não essenciais seriam reduzidas e o preço, informou o FT. As vendas dependeriam das condições do mercado e das metas internas.

--Colaborou Jason Schreier.

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