Bloomberg Línea — O preço da gasolina nas refinarias vai sofrer um novo reajuste para baixo, o que deve contribuir mais uma vez para a queda dos preços e da inflação. Nesta quinta-feira (1º), a Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou uma redução nos preços do combustível para as distribuidoras. O custo médio passará de R$ 3,53 para R$ 3,28 por litro, uma redução de R$ 0,25 ou 7%. O repasse começa a valer a partir de sexta-feira (2).
Este é o quarto corte consecutivo desde julho. Considerando o reajuste anunciado nesta quinta-feira, o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras já teve uma redução de 19,2%, passando de R$ 4,06 para R$ 3,28 agora, uma diferença de R$ 0,78.
Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,57, em média, para R$ 2,39 a cada litro vendido na bomba - uma redução de R$ 0,18.
De acordo com a estatal, a redução “acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.
O último reajuste da gasolina havia sido dia 15 de agosto, quando a estatal anunciou a redução de R$ 3,71 para R$ 3,53 por litro, uma redução de R$ 0,18 por litro - equivalente a 4,85%. Poucos dias antes, em 11 de agosto, a Petrobras anunciou uma redução nos preços do diesel para as distribuidoras, de R$ 0,22 por litro.
Na quarta-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a dizer à uma emissora de TV local que a empresa deveria anunciar uma “boa notícia” até sexta desta semana. “Combustíveis toda semana temos uma boa notícia. Hoje é quarta-feira, eu acho que até sexta vai ter mais uma boa notícia porque está sendo uma prática do novo presidente da Petrobras”, disse.
O anúncio acontece a pouco mais de um mês do primeiro turno das eleições presidenciais. Em seu Twitter, o presidente repercutiu a redução dos preços:
Em março deste ano o presidente chegou a culpar a corrupção dos governos petistas para a disparada no preço dos combustíveis, e outros fatores como a falta de refinarias e a guerra na Ucrânia, pois “o petróleo é uma commodity e a Petrobras segue a política de paridade internacional”, disse.
Na mesma ocasião, ele citou o ICMS cobrado nos estados como um dos motivos de não haver redução, e afirmou que não poderia interferir na estatal.
Petróleo
A queda reflete também um novo patamar dos preços do petróleo, na casa de US$ 93 o barril do tipo Brent, à medida que as preocupações com a demanda continuam a aumentar e a levar a uma nova onda vendedora do ativo entre investidores.
O preço do petróleo do tipo WTI operava em queda de quase 3% em Nova York, a US$ 87,55 o barril, por volta das 10h30. As ações preferenciais (PETR3) e ordinárias (PETR4) da Petrobras caiam no mesmo horário, com quedas de 0,13% e 0,03%, respectivamente.
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