Bloomberg — Os contratos futuros do petróleo recuam pelo terceiro dia seguido nesta quinta-feira (1 de setembro) à medida que as preocupações com a demanda continuam a aumentar e a levar a uma nova onda vendedora do ativo entre investidores.
Os futuros do West Texas Intermediate (WTI) caíam para o patamar abaixo de US$ 88 o barril, depois de engatar uma sequência de três meses de queda em agosto, a mais londa desde abril de 2020, no começo da pandemia. O recuo era de 2% nesta quinta.
Investidores estão atentos aos efeitos de uma política monetária mais rigorosa em todo o mundo, o que tende a prejudicar o crescimento econômico e, por tabela, atingir a demanda por petróleo. Um novo bloqueio à circulação de pessoas - os lockdowns - na megacidade chinesa de Chengdu, no sul da China, para conter um surto de Covid-19 acentuou o sentimento negativo.
“O combustível para a queda é certamente o que está levando todas as classes de ativos para baixo nesta semana e essa é a retórica agressiva do Federal Reserve”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank.
“Mas, além disso, as perspectivas de demanda para a China parecem terríveis”.
O petróleo caiu mais de 20% nos três meses até agosto, anulando todos os ganhos desde a invasão da Ucrânia pela Rússia no final de fevereiro. Isso levou a Arábia Saudita a sinalizar que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) poderiam cortar o fornecimento. O grupo está programado para se reunir na segunda-feira (5) para discutir a política de produção.
“O que isso pode significar é que a Opep pode cortar mais uma vez a produção se os preços ficarem muito baixos, o que me faz acreditar que a queda será limitada antes da reunião”, disse Hansen.
Entre os itens da pauta que os ministros da Opep+ podem avaliar está um plano liderado pelos Estados Unidos para limitar o preço do petróleo exportado pela Rússia em uma nova tentativa de privar Moscou de fundos diante da guerra na Ucrânia. A proposta vem ganhando apoio, com o governo do Reino Unido sinalizando sua aprovação. Os ministros das Finanças do Grupo dos Sete (o G7), incluindo a secretária do Tesouro, Janet Yellen, devem discutir a proposta na sexta (2).
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
J.P.Morgan vê espaço para grande rali em juros no Brasil até 2024
Dar adeus aos escritórios foi uma decisão precipitada? O que os dados dizem