Bloomberg — A fintech sueca Klarna disse que seu prejuízo mais do que triplicou no primeiro semestre. Por isso, a empresa fez um plano de redução de custos que deve levar a uma expansão internacional mais lenta.
A empresa de financiamento para compras sem cartão de crédito - no modelo Buy Now, Pay Later - teve um prejuízo operacional sem contar os impostos de 6,2 bilhões de coroas suecas (US$ 581 milhões) durante os seis primeiros meses do ano, ante 1,8 bilhão de coroas no mesmo período no ano passado. A receita, contudo, aumentou em 24%.
“Tivemos alguns anos em que o crescimento foi realmente priorizado pelos investidores. Agora, compreensivelmente, eles querem ver lucratividade”, disse o CEO Sebastian Siemiatkowski, em comunicado.
O aumento acentuado das perdas da Klarna foi impulsionado por despesas como a administração do negócio e o pagamento de salários — que subiram para 10,2 bilhões de coroas, em comparação a cerca de 6 bilhões de coroas um ano antes.
A empresa disse que cortaria 10% de sua equipe no início do ano, procurando controlar essas despesas. “Não podemos nos dar ao luxo de ser tão avançados enquanto os investidores estão ficando mais cuidadosos com o setor”, disse Siemiatkowski à Bloomberg TV.
A empresa reavaliou seus planos de investimento, incluindo algumas estratégias para atrair novos clientes, segundo o executivo. A Klarna está trabalhando para restaurar a lucratividade depois que recebeu um aporte da Sequoia nos últimos dias que reduziu o valuation da empresa para US$ 6,7 bilhões, contra US$ 45,6 bilhões um ano atrás.
As reservas de caixa caíram pela metade para 9,35 bilhões de coroas suecas no primeiro semestre do ano. Mas o ritmo parece ter diminuído. As reservas de tesouraria caíram para 7,3 bilhões de coroas suecas no primeiro trimestre do ano, em um sinal de que o corte de custos da empresa já está surtindo efeito.
Os custos de empréstimos da Klarna caíram após os lucros: os rendimentos dos títulos com vencimento em fevereiro de 2024 caíram 14 pontos-base para 4,57% no início da quarta-feira, em um possível sinal de alívio por a empresa ter contido a saída de caixa. Os rendimentos permanecem bem acima dos 1,38% observados no início do ano.
— Colaboraram Agatha Cantrill e Tom Mackenzie.
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