Petróleo caminha para terceira queda mensal com receio de recessão

Traders buscam sinais sobre próximos passos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, em meio aos temores de uma desaceleração global

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Bloomberg — Os preços do petróleo caminhavam para uma terceira queda mensal, a mais longa perda em mais de dois anos, devido às perspectivas de crescimento global mais lento à medida que os bancos centrais apertam a política monetária e a China segue em frente com sua estratégia de Covid Zero.

O West Texas Intermediate (WTI), que era negociado acima de US$ 92 o barril após cair na terça, acumulava queda de mais de 6% em agosto, atingindo o menor nível desde janeiro no meio do mês. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve vem aumentando as taxas de forma agressiva para conter a inflação, enquanto a Europa está assolada por uma crise de energia que pode impulsionar uma recessão. Na Ásia, o crescimento da China, o maior importador de petróleo, desacelerou.

Os traders também estão rastreando uma série de problemas relacionados ao fornecimento. Embora tenha havido agitação significativa na Líbia e no Iraque nos últimos dias, a produção de petróleo em ambos os membros da Opep parece não ter sido afetada até agora. Separadamente, as negociações para reviver um acordo nuclear iraniano que pode desbloquear maiores exportações de petróleo ainda se arrastam.

O declínio do petróleo em agosto marca o capítulo mais recente de um ano tumultuado, com os preços subindo no primeiro semestre pela invasão da Ucrânia pela Rússia, depois prejudicados quando os bancos centrais mudaram de rumo e Moscou conseguiu manter a maioria das exportações fluindo. A recente queda do petróleo fez com que a Arábia Saudita, peso pesado da Opep+, levantasse a possibilidade de que a aliança pudesse reduzir a produção, embora a mídia russa tenha relatado que o grupo não estava discutindo tal movimento no momento.

O tema principal “são as expectativas macroeconômicas pessimistas, juntamente com a oferta restrita de estoques baixos”, disse Zhou Mi, analista do Chaos Research Institute em Xangai, afiliado à Chaos Ternary Futures.

Os dados desta quarta-feira destacaram os desafios enfrentados pela China. A atividade fabril contraiu em agosto pelo segundo mês, com a economia sendo afetada pelos surtos de Covid-19, uma crise no mercado imobiliário e falta de energia.

Preços do petróleo

  • O WTI para entrega em outubro subia 0,8%, a US$ 92,38 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York às 7h15 (horário de Brasília)
  • O Brent para liquidação de outubro avançava 0,9%, para US$ 100,21 o barril na bolsa ICE Futures Europe