Bloomberg Línea — Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (31) mostrou que o início do horário eleitoral na TV e as entrevistas dos candidatos ao Jornal Nacional, da Globo, pouco mudaram o cenário eleitoral. O ex-presidente Lula (PT) segue na liderança, com 44% (ante 45% há duas semanas), e o presidente Jair Bolsonaro (PL) continua 12 pontos atrás, com 32% (ante 33% há duas semanas).
Para 53% dos eleitores, Lula ganhará as eleições deste ano. É uma alta de dois pontos percentuais em relação à última pesquisa, de 17 de agosto. Os que acham que Bolsonaro ganhará são 34%, mesmo percentual de duas semanas atrás.
A pesquisa foi feita entre os dias 25 e 28 de agosto e não contemplou as reações dos eleitores ao primeiro debate entre os candidatos, transmitido pela Bandeirantes no último domingo (28). Mas aconteceu depois das entrevistas ao Jornal Nacional em horário nobre.
Depois dos líderes na pesquisa, vêm os candidatos Ciro Gomes (PDT), com 8%, e Simone Tebet (MDB), com 3%. Ciro foi o único que cresceu depois da entrevista no JN: há duas semanas, tinha 6% das intenções de voto.
Na segunda-feira (28), foi divulgada pesquisa BTG/FSB que mostrou cenário parecido com a pesquisa desta quarta, embora as duas não sejam comparáveis, por usarem métodos de entrevistas e seleção de entrevistados diferentes - a FSB faz pesquisas por telefone e a Quaest, presenciais.
A Quaest observa, no levantamento desta segunda, que a estabilidade no cenário eleitoral acontece apesar da melhora da avaliação do governo, que é avaliado positivamente por 30% dos eleitores, ante 40% de desaprovação. É o melhor resultado para Bolsonaro desde julho de 2021.
Em contrapartida, 55% dos eleitores acham que o presidente não merece um segundo mandato e 53% acreditam que Lula merece voltar a ser presidente.
Bolsonaro segue com rejeição de 56%, a maior entre os candidatos. Já a rejeição de Lula é de 43%
A pesquisa também mostrou que o início do pagamento do Auxílio Brasil, versão bolsonarista do Bolsa Família petista, não influenciou no cenário. O governo tem avaliação ruim de 39% dos eleitores que recebem a verba e de 39% dos que não recebem a verba.
Entre os que recebem, o candidato favorito é Lula, que caiu de 57% das intenções de voto no segmento para 54% em duas semanas. Entre os que não recebem, Lula ficou estável com 40%.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%. O registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR-00585/2022.
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