Bloomberg — Colecionar os álbuns de figurinhas da Copa do Mundo da FIFA – um hobby de longa data dos fãs de futebol – deve ficar mais caro do que nunca em 2022. O motivo? A inflação.
A Panini, fabricante italiana responsável pelo álbum de figurinhas oficial do evento, aumentou o preço dos pacotes com cinco unidades em 12,5% no Reino Unido, por exemplo, elevando o custo para preencher o álbum de 670 figurinhas para cerca de 870 libras, ou US$ 1.014.
Um matemático da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, calculou que um fã precisaria comprar 4.832 figurinhas em média para completar o álbum, o que custaria 774 libras ao comprador, na Copa de 2018.
No Brasil, onde diariamente 40 milhões de figurinhas foram vendidos em média antes da Copa do Mundo de 2018, cada pacote agora sai por R$ 4 (US$ 0,78 centavos), o dobro de quatro anos atrás. Isso elevaria o custo para completar o álbum para R$ 3.865, ou 1,5 vez a renda média mensal do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Isso, obviamente, para uma pessoa sem amigos ou que não buscasse trocar figurinhas com quem quer que seja, justamente uma das razões que mais atraem as pessoas os colecionadores.
O grupo editorial italiano lançou seu primeiro álbum da Copa do Mundo antes do evento de 1970, que aconteceu no México. Desde então, vem atraindo colecionadores que vão desde crianças até adultos, que se reúnem em casa, nas ruas, e agora online, para trocar figurinhas em busca de completar suas coleções.
Na edição de 2018, a Panini atingiu US$ 1 bilhão em vendas, tendo como pano de fundo um forte ano de Copa do Mundo.
Nos Estados Unidos, onde 50 pacotes são vendidos por US$ 62 na Amazon (AMZN) e por US$ 72 no Walmart (WMT), completar o álbum poderia custar US$ 1.160 - cerca de US$ 150 a mais do que em 2018.
A Panini, que produz álbuns de figurinhas desde 1961, também lançou figurinhas raras em homenagem a 20 craques. Uma delas, com o argentino Lionel Messi, é vendido por US$ 490 no eBay, enquanto as de Neymar ou Cristiano Ronaldo podem ser encontradas por quase US$ 400.
Esta não é a primeira vez em que os aumentos dos preços ganharam as manchetes. Em 2018, a editora aumentou os preços em até 60% no Reino Unido e 100% no Brasil em relação ao custo do álbum em 2014. A Panini não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
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