Bloomberg — Os futuros de milho em Chicago subiram para o nível mais alto em mais de dois meses depois que um tour da safra americana encontrou campos mais danificados do que o esperado pela seca e pelo calor.
As fazendas do maior produtor mundial de milho devem colher 13,759 bilhões de bushels na atual safra, 4,2% a menos do que o governo dos EUA previa há duas semanas, de acordo com a Pro Farmer, que organizou as visitas de inspeção na semana passada por sete estados do Meio-Oeste.
A safra do grão utilizado para ração de gado, combustível para motores e alimentos será a menor em três anos se a estimativa do tour se confirmar. Isso piora o aperto de oferta após a invasão da Ucrânia pela Rússia atrapalhar o fornecimento global e alimentar preocupações de escassez. Para alguns produtores americanos, a falta de chuva também aumenta os riscos para a soja ainda em desenvolvimento.
“Estamos muito secos. Vai levar - não sei quanto - muita umidade para encher o tanque de volta”, disse o agricultor Randy Huls de Nebraska, que participou do tour da safra. “É difícil ficar otimista de verdade agora.”
A seca prejudicou as principais áreas de cultivo, incluindo o principal produtor de milho do país, o estado de Iowa, ao mesmo tempo em que problemas climáticos na Europa, Austrália, Índia e China também limitam as perspectivas para o fornecimento mundial de grãos e oleaginosas.
O milho subiu até 2,6%, para US$ 6,8125 o bushel, na segunda-feira, a cotação mais alta desde 23 de junho. O trigo também subiu, enquanto a soja recuou.
O mercado ainda monitora o ritmo das exportações ucranianas. Mais de 1,2 milhão de toneladas de grãos e alimentos foram exportados de três portos ucranianos através do corredor no Mar Negro liderado pela ONU. Mas a colheita de grãos do país permanece muito abaixo dos níveis típicos.
Mesmo assim, os embarques da Ucrânia, juntamente com a preocupação com uma economia global mais lenta, limitam os ganhos do milho, de acordo com Terry Reilly, analista sênior de commodities da Futures International.
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