Bloomberg Línea — A 123milhas, um dos sites de viagem mais acessados do país, tornou-se nesta terça-feira (30) alvo do Procon-SP, órgão paulista de defesa do consumidor, após relatos de consumidores sobre alegada não entrega de bilhetes aéreos e vouchers de hospedagem publicados pela imprensa.
O Procon-SP notificou a 123 Viagens e Turismo com pedido de esclarecimentos sobre as reclamações dos clientes e deu um prazo de sete dias, até o próximo dia 6 de setembro, para que a empresa forneça informações.
Segundo nota divulgada pelo órgão, a 123milhas deverá enviar documentos que demonstrem: a quantidade de consumidores com a prestação de serviços em aberto (pacotes/passagens, nacionais e internacionais) nos meses de julho e agosto deste ano; o plano de devolução dos valores pagos pelas pessoas que não tiveram a prestação de serviços concluída (em termos absolutos e percentuais, com definição de prazos); e o envio de passagens e comunicados a esses consumidores.
“A 123milhas deverá detalhar informações sobre os pacotes de viagens que oferece, especificando os serviços agregados em cada um, e demonstrar a viabilidade de cumprimento contratual nos termos da oferta e comercialização do produto “PROMO”; enviar cópias integrais dos instrumentos contratuais firmados nos últimos três meses; e enviar documentos que comprovem os procedimentos de divulgação utilizados nos últimos seis meses para a prestação de seus serviços (materiais impressos, mídias e/ou demais canais utilizados)”, informou o Procon-SP.
O órgão também disse solicitou a comprovação do funcionamento de Canais de Atendimento para receber e tratar as demandas operacionais e financeiras dos consumidores.
Procurada por Bloomberg Línea, a 123milhas informou que os questionamentos do Procon-SP serão respondidos até a próxima segunda-feira, dia 6 de setembro. “Nesta data já não haverá nenhum cliente com prestação de serviço em aberto para os meses de julho, agosto e/ou setembro/22″, afirmou a companhia em nota enviada à reportagem.
O site de viagens disse ainda que os casos relatados pelo portal UOL e outros veículos de imprensa “já foram resolvidos” e que foram “pontuais e decorrentes de uma inconsistência temporária do nosso sistema, e não uma ação deliberada”.
A empresa afirmou também que “todos os clientes da 123milhas, conforme as regras do produto, terão seus bilhetes emitidos na data acordada no ato da compra” e que “respeita e admira o Procon-SP no cumprimento das suas funções que muito contribui para o setor turístico brasileiro”.
No ano passado, Bloomberg Línea publicou uma reportagem que mencionava queixas de consumidores postadas no site Reclame Aqui.
No mês passado, o Ministério da Justiça abriu uma investigação contra cinco empresas do setor de turismo, incluindo a 123Milhas, além da Max Milhas, Viajanet, Decolar e CVC, por falhas no atendimento aos consumidores durante a pandemia de covid-19.
Sediada em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, a 123milhas ganhou relevância no mercado após investimento em publicidade, principalmente nos aeroportos, onde os passageiros encontram pôsteres com os garotos-propaganda da plataforma, os cantores de música sertaneja Zezé di Camargo e Sorocaba, além do apresentador Bruno de Luca.
No ano passado, a 123milhas apareceu em terceiro lugar no ranking de maior tráfego de internet na categoria turismo no Brasil, respondendo por uma participação de 11,9%, atrás de Hurb (20,1%) e Booking (15,6%), segundo o relatório da Conversion.
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