UBS: Zona do euro já está em recessão com crise de energia

Com aumentos nos preços de energia, banco prevê que a economia da região encolherá 0,1% no terceiro trimestre e 0,2% no quarto

Baden, Alemania
Por Alexander Weber
26 de Agosto, 2022 | 06:48 AM

Bloomberg — A zona do euro já entrou em uma ligeira recessão que foi desencadeada pelo aumento dos preços da energia e durará até o final do ano, segundo economistas do UBS.

A economia de 19 países encolherá 0,1% no terceiro trimestre e 0,2% no quarto, preveem analistas em relatório divulgado nesta quinta-feira (25) a clientes. Apesar disso, eles melhoraram suas perspectivas para o acumulado no ano após um forte desempenho nos três meses até junho. Para 2023, a previsão de crescimento foi cortada de 1,2% para 0,8%.

“À luz de novos aumentos significativos dos preços de energia, que implicam mais pressão sobre o consumo das famílias e o investimento fixo, agora esperamos que a zona do euro sofra uma recessão técnica”, disseram economistas liderados por Reinhard Cluse.

Os economistas do UBS esperam uma contração na zona do euro no segundo semestre

A ideia é a de que os preços do gás natural vão subir ainda mais, mas não haverá uma grave escassez. Caso o racionamento se torne necessário, “o dano econômico provavelmente será muito pior”, disse o UBS.

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A visão mais pessimista segue dados divulgados nesta quinta (25) sobre a confiança cada vez menor entre as empresas alemãs, bem como pesquisas publicadas ao longo da semana da S&P Global, que mostraram que a atividade na zona do euro encolheu pelo segundo mês consecutivo.

Economistas do Morgan Stanley (MS) também ficaram mais pessimistas, prevendo uma contração mais profunda – a partir do quarto trimestre – da zona do euro do que o esperado anteriormente.

“Vemos um impacto mais duradouro desta crise de energia no próximo ano, pois esperamos que os preços mais altos e a incerteza sobre o fornecimento de energia persistam até o inverno de 2023 e 2024”, afirmam analistas liderados por Jens Eisenschmidt.

“No entanto, nem tudo é má notícia, e ainda achamos que uma recuperação virá depois desse período difícil, impulsionada por uma retomada no investimento privado e público.”

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