Bloomberg Línea — Em apenas oito minutos, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, desencadeou nesta sexta-feira (26) uma onda vendedora nas bolsas que reduziu o patrimônio das pessoas mais ricas dos Estados Unidos em US$ 78 bilhões.
Elon Musk, o fundador da Tesla (TSLE) perdeu US$ 5,5 bilhões do seu patrimônio. Jeff Bezos, o fundador da Amazon (AMZN), teve queda de US$ 6,8 bilhões, mais do que qualquer um no Bloomberg Billionaires Index. As fortunas de Bill Gates e Warren Buffett caíram em US$ 2,2 bilhões e US$ 2,7 bilhões, respectivamente, enquanto a de Sergey Brin, co-fundador do Google (GOOG) ficou abaixo de US$ 100 bilhões.
Powell usou seu discurso no simpósio anual de política monetária do Fed de Kansas City em Jackson Hole, no estado de Wyoming, para reiterar que o banco central dos EUA continuará aumentando as taxas de juros e provavelmente as deixará elevadas por mais tempo para reduzir a inflação.
A alta prolongada dos juros amplia as chances de recessão na economia americana, o que tende a derrubar os lucros das empresas, além de reduzir o valor presente das ações.
Foi uma espécie de recuo de Powell em relação à recente alta nas ações dos EUA que foi alimentada pela especulação de que os formuladores de política monetária em breve reverteriam o curso de seu agressivo aperto.
O S&P 500 caiu 3,4%, seu pior dia desde meados de junho. O Nasdaq 100, de empresas de tecnologia, que conta com big techs como Microsoft (MSFT), Amazon, Tesla e Alphabet entre seus maiores componentes, caiu mais de 4%.
Poucas fortunas bilionárias foram poupadas neste ano, esta é a verdade.
As 500 pessoas mais ricas do mundo perderam US$ 1,4 trilhão no primeiro semestre de 2022, a maior queda já registrada em seis meses para as pessoas mais ricas do planeta.
Mas as ações em bolsas americanas em julho registraram seu maior avanço mensal desde novembro de 2020, levando os investidores a apostar que o pior momento do mercado havia passado.
Em vez disso, o discurso de Powell serviu como um lembrete de que os valuations das big techs permanecem elevados pelos padrões históricos após terem registrado um aumento sem precedentes durante a pandemia de Covid-19, quando as taxas de juros estavam próximas a zero.
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