Demanda por aço dobrará no país em uma década, diz ArcelorMittal

Demanda pelo metal industrial deve crescer devido se o Brasil “fizer o dever de casa” nas reformas estruturais, disse Jefferson de Paula, presidente do grupo

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Bloomberg — O consumo de aço do Brasil deve dobrar nos próximos dez anos graças às “oportunidades gigantescas” e à necessidade de construir mais infraestrutura na maior economia da América Latina, disse o presidente da ArcelorMittal no Brasil.

A demanda pelo metal industrial potencialmente crescerá devido à necessidade de construir mais habitações, projetos nas áreas de energia renovável, portos e petróleo e gás, especialmente se o Brasil “fizer o dever de casa” nas reformas estruturais, disse Jefferson de Paula, presidente do grupo no Brasil, em entrevista.

“O Brasil tem oportunidades gigantescas”, disse De Paula, que participou de uma conferência do setor de aço em São Paulo esta semana. “Em termos de infraestrutura tudo falta.”

Apesar das conversas sobre recessão nas economias ao redor do mundo, a demanda por aço parece estar aumentando, se acreditarmos nos comentários recentes de executivos que participam de reuniões da indústria siderúrgica. Isso pode ser um alívio para o Brasil, cujo consumo de aço está estagnado há anos em relação a outros países.

O uso anual de aço per capita no Brasil foi de cerca de 123 quilos no ano passado, comparado com a média global de cerca de 233 quilos, de acordo com a Associação Mundial do Aço. A indústria siderúrgica brasileira, que opera hoje com cerca de 67% da capacidade, investirá R$ 52 bilhões nos próximos quatro anos para modernizar e expandir a produção, segundo o Instituto Aço Brasil. Um aumento na produção - mesmo com uma maior demanda doméstica - pode levar a mais exportações de aço.

A própria ArcelorMittal está investindo cerca de R$ 20 bilhões ($3.9 bilhões) no país, sendo quase 40% para expansão da capacidade de produção até 2024 e R$ 11,2 bilhões (US$ 2,2 bilhões) para comprar a siderúrgica CSP da Vale SA e duas sócias. A aquisição, que ainda requer aprovação regulatória, não fecha as portas para novos negócios no Brasil, país que responde por 20% a 25% dos resultados financeiros da ArcelorMittal, disse De Paula.

“Nunca podemos dizer que foi a última”, disse De Paula, que agora também é presidente do conselho diretor Instituto Aço Brasil. “Estamos sempre avaliando oportunidades.”

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