Argentina estuda restringir importações de iates a jatinhos diante de crise

Ministério da Economia do país visa conter queda das reservas do banco central; país teve déficit comercial pelo segundo mês seguido em julho

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Bloomberg Línea — O Ministério da Economia da Argentina está analisando novas medidas para restringir as importações e preservar as reservas em moeda estrangeira do banco central do país. A análise é feita após a revisão dos últimos dados da balança comercial, que registrou déficit pelo segundo mês consecutivo em julho, agora de US$ 437 milhões. Entre as medidas, o governo deve reforçar os controles sobre a importação de diversas mercadorias, incluindo iates e jatinhos de luxo, entre outras.

O ministério ressalta que, embora os gastos com energia e os aumentos de preços tenham impulsionado o crescimento das importações em valores, as manobras suspeitas de superfaturamento e subfaturamento também desempenham um papel importante. Nesse sentido, serão analisadas três medidas a serem anunciadas nos próximos dias, após acerto dos detalhes.

As medidas incluem a redução dos prazos do regime de admissão temporária de importações sem o devido pagamento dos tributos, pois diferentes empresas abusaram da modalidade, de acordo com o diagnóstico do governo. Um regime de importação de serviços também seria criado após uma constatação do aumento exponencial na importação de serviços nos últimos seis meses.

Finalmente, o governo está considerando reforçar os controles de importação de 34 itens que tinham licenças automáticas e que passariam a ter licenças não automáticas. Segundo informado à Bloomberg Línea por uma fonte no Ministério da Economia, o objetivo é impedir o superfaturamento.

Confira algumas das importações que seriam restringidas:

  • Caça-níqueis
  • Iates
  • Helicópteros
  • Jatinhos
  • Martelos elétricos
  • Sêmen bovino
  • Mouses e teclados (as importações aumentaram em mais de 100% em comparação com 2019)
  • Máquinas para minerar criptomoedas (aumento foi de mais de 1.152%)
  • Canetas (aumento de 101% em comparação com 2019).

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