Bloomberg — Os gestores de Wall Street aumentaram suas apostas nas gigantes de tecnologia americanas no segundo trimestre para níveis vistos pela última vez antes da pandemia, de acordo com o Goldman Sachs (GS).
Os fundos multimercado americanos elevaram suas participações nos setores de tecnologia e consumo, ao mesmo tempo em que reduziram as apostas em energia e matérias-primas, disseram estrategistas como Ben Snider em nota. O peso médio das 10 principais participações saltou para 70% nos três meses encerrados em junho, a maior concentração desde o primeiro trimestre de 2020.
A Amazon (AMZN) superou a Microsoft (MSFT) como a posição comprada mais popular, uma decisão que se mostrou acertada já que o papeis acumulam ganhos de cerca de 26% e 8%, respectivamente, no atual trimestre.
Os fundos também impulsionaram as apostas na Nvidia (NVDA), Apple (AAPL), Atlassian (TEAM) e Tesla (TSLA), segundo o relatório.
“Frustrados por um ambiente de mercado incerto e retornos recentes ruins, os fundos de hedge reduziram a alavancagem, se voltaram novamente para as ações de crescimento e aumentaram a concentração dos portfólio”, disseram os estrategistas do Goldman. “O desempenho melhorou recentemente, em linha com o padrão típico de uma recuperação de correção, embora a alavancagem tenha espaço para aumentar se o mercado permanecer resiliente.”
As ações de tecnologia que vinham caindo ganharam um impulso em meados de junho, quando operadores reavaliaram as apostas nos aumentos de juros do Federal Reserve depois que a economia dos EUA mostrou sinais de desaceleração. Um indicador das gigantes de tecnologia já subiu 10% neste trimestre, ante um ganho de 9% do S&P 500.
Mas o otimismo esfriou nesta semana com novas preocupações de que o Fed assumirá um discurso agressivo em sua conferência em Jackson Hole. O mercado está dividido sobre se o salto de quase 13% do Nasdaq 100 em julho não passou de um rali de mercado de baixa.
“Provavelmente haverá mais dor à frente, porque os mercados ainda estão precificando a trajetória de juros do Fed”, disse Charu Chanana, estrategista da Saxo Capital Markets.
O relatório do Goldman analisou as participações de fundos de hedge com um total de US$ 2,4 trilhões em posições de renda variável.
O fundo médio ganhou 4% desde o início de julho, reduzindo as perdas acumuladas no ano para 9%, disseram os estrategistas.
“A recente estabilização da alavancagem dos fundos de hedge e o desempenho superior das posições longas mais populares são consistentes com os padrões típicos em torno das baixas anteriores do mercado de ações”, acrescentaram.
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