Bitcoin voltará a subir? 4 gráficos apontam o que esperar nos próximos meses

Principal criptomoeda do mundo em valor de mercado não consegue romper patamar de US$ 25 mil e pode testar novos pisos, segundo análise técnica

Bitcoin
Por Joanna Ossinger e Akshay Chinchalkar
24 de Agosto, 2022 | 04:41 PM

Bloomberg — O bitcoin pode estar prestes a experimentar outro movimento de queda, a julgar pela análise de uma série de gráficos técnicos.

A principal criptomoeda do mundo caiu mais de 50% neste ano e, recentemente, ficou “estacionada” em uma faixa de cerca de US$ 19 mil a US$ 25 mil, prejudicada pelas altas de juros do Federal Reserve. Era negociada a cerca de US$ 21.800 às 16h30 (de Brasília) desta quarta-feira (24).

Um dos fatores técnicos observados é que a proximidade do número redondo de US$ 20 mil tem sido um espécie de imã para os preços nos últimos meses, disse em nota o estrategista técnico da 22V John Roque. Ele enxerga o valor do token digital caindo para US$ 10 mil.

Edward Moya, analista sênior de mercado da Oanda, disse em nota que o bitcoin poderia defender o patamar de US$ 20 mil, mas que pode ser difícil manter esse nível se o dólar continuar a se valorizar.

PUBLICIDADE
Cotação do bitcoin segue "ladeira abaixo" desde o início de 2022

Muitos analistas técnicos estão de olho em números ainda mais baixos depois que o bitcoin tentou várias vezes subir mais e depois recuou.

“A liquidação está associada a uma perda de impulso de curto prazo, aumentando o risco dentro da tendência de baixa de longo prazo”, disse em nota Katie Stockton, cofundadora da Fairlead Strategies.

“Os níveis de sobrevenda de curto prazo devem produzir alguns dias de estabilização, após os quais esperamos um novo teste e uma possível quebra abaixo do suporte de longo prazo na faixa de US$ 18.300 a US$ 19.500”, afirmou a especialista.

Seguem abaixo quatro gráficos que são um mau presságio para o bitcoin:

1. Sazonalidade

Setembro é o pior mês do ano para o bitcoin. Seu preço caiu em média 10% no mês em cada um dos últimos cinco anos.

Cotação do bitcoin nos meses de setembro desde 2017

2. Demanda por opções

Os traders estão pagando muito mais por proteção abaixo do patamar de US$ 18 mil. A volatilidade implícita mostra que operadores estão dispostos a pagar prêmios elevados por opções de venda - o salto é particularmente acentuado quanto mais próximo do exercício de US$ 15 mil, que tem a segunda maior concentração de opções de venda para o vencimento em setembro.

Cresce procura por proteção contra possíveis quedas do bitcoin por meio de opções

3. Volume de opções

A cadeia de opções para contratos que expiram no fim de setembro mostra que US$ 20 mil é o preço de exercício com o maior número de posições em aberto. Isso indica, portanto, que uma quebra sustentada abaixo desse patamar pode forçar investidores a proteger suas posições, pressionando ainda mais os preços e trazendo as mínimas de junho de volta ao foco.

PUBLICIDADE
 Bloomberg

4. Baixo desempenho vs. ether

O bitcoin se recuperou de suas cotações mínimas de meados de junho, mas a segunda maior criptomoeda, o ether, se saiu ainda melhor com o entusiasmo com a próxima atualização de seu blockchain.

Após a liquidação recente de ambos os tokens, o coeficiente entre seus preços testou o limite inferior de um canal em ascensão, que indica que pode cair para cerca de 6, ante uma máxima de cerca de 60 em 2019.

 Bloomberg

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

Como BTG e XP planejam atrair o investidor de criptos das exchanges

Mercado ‘apocalíptico’ ficou para trás, apostam gestores globais

©2022 Bloomberg L.P.