Por que analistas decidiram recomendar ações de varejo. E quais as preferidas

Ativos de empresas como Assaí, Carrefour e Magazine Luiza estão entre as principais altas de agosto

Unidade do Assaí, uma das redes do chamado atacarejo que mais crescem nos últimos anos
Por Barbara Nascimento
22 de Agosto, 2022 | 02:59 PM

Bloomberg — A percepção de que o ciclo de aumento da Selic chegou ao fim abriu espaço para um rali das ações das principais varejistas. Os papéis do setor estão entre as maiores altas da bolsa brasileira no mês de agosto. Ainda assim, analistas indicam a investidores papéis que se mostrem mais resilientes à volatilidade macroeconômica avistada adiante com a proximidade das eleições.

Para analistas, o varejo alimentar e, sobretudo, o segmento conhecido como atacarejo estão entre os mais blindados a uma eventual perda de dinamismo da atividade.

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“O setor mais resiliente dentro da nossa cobertura é o de atacarejo”, apontou Thiago Macruz, analista de varejo e e-commerce do Itaú BBA. O segmento, que une vendas em grandes quantidades com melhor custo-benefício para o consumidor, ganha fatias de mercado nos momentos mais difíceis da economia, disse. “Um fator contracíclico super relevante.”

XP e Inter seguem na mesma direção e citam Assaí (ASAI3) como destaque, mas também Carrefour (CRFB3) e Grupo Mateus (GMAT3). Este último é beneficiado pelo incremento do Auxílio Brasil no Norte e no Nordeste, diz Danniela Eiger, head de Equity Research para o varejo da XP.

As ações do Carrefour sobem perto de 20% em agosto, e as do Assaí, cerca de 15%.

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“Gostamos da exposição ao varejo alimentar, é [um setor] mais resiliente, mais protegido tanto de volatilidade macroeconômica quanto de inflação”, afirmou Eiger. O Assaí, um dos principais players do atacarejo, é “mais blindado ainda” à desaceleração, apontou.

Breno Francis de Paula, especialista de varejo e consumo do Inter, disse que há fatores no segundo semestre que ajudam a suavizar a desaceleração econômica, como a chegada do 5G, que aumenta a demanda por troca de aparelhos, e a Copa do Mundo, que estimula segmentos de moda e artigos esportivos.

Nesse caso, Francis de Paula citou o Grupo SBF (SBFG3), dono de marcas esportivas como Centauro, como um dos papéis que chamam a atenção do banco. “A Copa do Mundo deve alavancar as vendas da empresa”, aponta.

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Copa, 5G e incremento Do Auxílio Brasil também foram citados pelo CEO do Magazine Luiza (MGLU3), Frederico Trajano, na semana passada, como fatores que podem impulsionar as vendas e o market share da empresa no segundo semestre.

O Magalu está entre as empresas mais beneficiadas pelo rali das últimas semanas, após ter sido bastante penalizada no primeiro semestre, e acumula alta de 49% no último mês.

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