Bloomberg — Traders que tentaram aproveitar o impulso mais recente das ações de tecnologia viram suas apostas azedarem rapidamente à medida que o rali nos mercados americanos se dissipa.
Investidores colocaram na semana passada cerca de US$ 3,2 bilhões no Invesco QQQ Trust Series 1 ETF, um fundo passivo negociado em bolsa que segue o Nasdaq 100. Foi a maior entrada semanal desde dezembro. Mas o fundo caiu 2,3% e quebrou uma sequência de quatro semanas de ganhos.
O rali do fundo passivo que segue o benchmark de ações de tecnologia em relação às mínimas de junho, estimulado pelas expectativas do mercado de aumentos de juros mais lentos, perdeu força depois que os formuladores de política monetária do Federal Reserve alertaram que a taxa básica vai continuar subindo.
Investidores agora se preparam para mais comentários com teor hawkish (de rigor no combate à inflação) durante o encontro anual da instituição em Jackson Hole, nos Estados Unidos, a partir de quinta-feira (25).
O ETF que tem US$ 181 bilhões em patrimônio e é um dos fundos passivos mais negociados do mundo, caiu pelo segundo dia consecutivo na segunda-feira (22), enquanto os rendimentos da curva do Tesouro americano aumentam.
Enquanto isso, o ProShares UltraPro Short QQQ ETF, um fundo de US$ 5 bilhões que aposta contra o Nasdaq 100, registrou nove semanas consecutivas de entradas, totalizando cerca de US$ 3,4 bilhões. O ETF oferece três vezes o desempenho inverso do índice de tecnologia e na semana passada terminou em alta de quase 7%.
Com o Invesco QQQ perdendo bilhões de dólares desde seu pico recente em 15 de agosto, os operadores estão “quase certamente no prejuízo”, disse James Seyffart, analista de ETFs da Bloomberg Intelligence.
Esta não é a primeira vez que os traders fazem apostas que erram o timing de entrada e saída. Investidores retiraram US$ 2,6 bilhões líquidos do fundo em 27 de julho, o maior resgate diário em cinco meses, e o ETF logo depois subiu 8,6% para seu pico recente em meados de agosto.
Dados de Wall Street mostram que os fundos estão se voltando para posições vendidas - ou seja, em apostas de queda nos preços dos ativos. Uma cesta que acompanha as ações preferidas dos investidores que apostam na queda caiu mais de 6% na semana que terminou em 18 de agosto, elevando a perda semanal para uma máxima desde o crash de março de 2020, o primeiro mês da pandemia.
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