Focus: Previsão para inflação entre economistas cai pela 1ª vez em 19 semanas

Previsão para o IPCA em 2023 ficou em 5,33% na pesquisa Focus divulgada nesta segunda, abaixo da estimativa anterior de 5,38%

Inflação pode dar trégua após altas de juros
Por Maria Eloisa Capurro
22 de Agosto, 2022 | 09:33 AM

Bloomberg — Os economistas cortaram as estimativas de inflação para o próximo ano, quebrando uma série de 19 altas consecutivas, em meio à sinalização do Banco Central de que o ciclo de aperto monetário está perto do fim.

A previsão para o IPCA em 2023 ficou em 5,33% na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (22), abaixo da estimativa anterior de 5,38%. As projeções de inflação para este ano foram cortadas pela oitava semana consecutiva, de 7,02% para 6,82%.

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O BC está no final de um ciclo de aperto monetário que elevou a Selic em 11,75 pontos percentuais desde março de 2021. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que as tendências da inflação estão começando a melhorar. Embora o comitê de política monetária, o Copom, tenha sinalizado que avaliariam a necessidade de outro aumento residual da taxa no próximo mês, a maioria dos analistas acredita que a Selic não deve subir mais.

O BC trabalha para domar os choques de alimentos e energia que mantiveram a inflação acima de 10% por quase um ano. Os recentes cortes de impostos ajudaram a reduzir os preços da gasolina e do gás de cozinha, mas alguns produtos básicos, como o leite, ainda estão subindo.

As estimativas de inflação ainda permanecem acima das metas do BC até 2024. Para este ano e o próximo, as projeções também são superiores aos respectivos limites superiores de 5% e 4,75% da faixa de tolerância.

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A economia está se mostrando resiliente a uma política monetária mais restritiva até agora. O desemprego está próximo do nível mais baixo em sete anos e a demanda foi reforçada pelo aumento do Auxílio Brasil aprovado pelo Congresso.

Tanto o presidente Jair Bolsonaro e seu principal rival, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeram manter o benefício se vencerem as eleições de outubro.

Analistas da pesquisa do banco central elevaram suas estimativas de crescimento econômico para este ano, a 2,02%.

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