Bloomberg Línea — O presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a 36% das intenções de voto nesta semana e alcançou seu melhor desempenho desde março, segundo pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira (22). O ex-presidente Lula (PT) ficou estável em 45%.
Depois deles, vêm os candidatos Ciro Gomes (PDT), com 4% das intenções de voto (ante 3% na pesquisa anterior), e Simone Tebet (MDB), com 2%. O deputado André Janones (Avante-MG), que vinha empatando com Tebet nas pesquisas, desistiu de se candidatar a presidente para apoiar a candidatura de Lula - tentará um novo mandato como deputado federal.
Segundo a análise dos pesquisadores, a melhora no desempenho de Bolsonaro se deve ao Auxílio Brasil. O benefício do programa social, que substituiu o Bolsa Família no governo Bolsonaro, foi aumentado de R$ 400 para R$ 600 por meio de uma emenda constitucional de julho e começou a ser pago com o novo valor em 8 de agosto.
O maior crescimento de Bolsonaro foi entre os que recebem o Auxílio: ele saiu de 24% para 31% no segmento. Já Lula, que lidera com folga no grupo, caiu de 61% para 52% da semana passada para cá.
Entre os que não recebem o Auxílio, mas têm alguém em casa que recebe, no entanto, Bolsonaro caiu diante de crescimento de Lula. Em uma semana, presidente saiu de 28% para 27% e o petista saiu de 53% para 62%.
Vale notar, entretanto, que 83% dos entrevistados pela pesquisa não recebem o benefício. Os que não recebem, mas moram com alguém que recebe são 8%, assim como os que recebem.
No segmento dos que não recebem o Auxílio Brasil, Lula ganha por 42% a 37%.
Tanto Lula quanto Bolsonaro prometeram manter o valor do Auxílio em R$ 600 em 2023 - embora o secretário do Tesouro, Esteves Colnago, tenha dito que o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias que será enviado ao Congresso preveja um Auxílio de R$ 400 para o ano que vem.
Os autores da pesquisa destacam ainda que a melhora da Bolsonaro coincide com a melhora do “humor do brasileiro em relação à inflação”. Pela primeira vez, os que consideram que os preços das coisas vão aumentar empataram com os que acham que os preços vão ficar iguais. Ambas as respostas foram citadas por 35% dos entrevistados.
Já a expectativa em relação à inflação também está a menor desde 30 de maio, embora ainda continua alta: 81% dos pesquisados disseram que a inflação deve aumentar nos próximos três meses. No final de maio, essa cifra era de 95% - o pico foi em 27 de junho, com 97%, segundo a FSB.
Na última quinta-feira (18), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse, num evento promovido pelo BTG, que, embora a inflação dos preços administrados venha mostrando queda, a previsão é que ela continue alta e volte a aumentar em 2023.
Apesar da “melhora no humor”, o presidente da República segue o candidato com a maior rejeição: 55% dos pesquisados disseram que não votariam nele “de jeito nenhum”. Lula tem rejeição de 44%.
A avaliação do governo se mantém estável desde o início deste mês: 45% dos eleitores consideram que o governo Bolsonaro é ruim ou péssimo, com 56% dos entrevistados dizendo que desaprovam a maneira de o presidente governar. E 34% o consideram ótimo ou bom.
A pesquisa ouviu duas mil pessoas por telefone entre os dias 19 e 21 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%. O registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR-00244/2022.
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