Bloomberg — O órgão regulador de medicamentos da Europa recomendou um método de injeção e uma dose diferentes para a vacina contra a varíola dos macacos para aumentar o número de imunizantes disponíveis à medida que os suprimentos se esgotam e os casos aumentam em todo o mundo.
A Força-Tarefa de Emergência da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) disse que a vacina Imvanex da Bavarian Nordic A/S agora pode ser administrada por via intradérmica em uma dose mais baixa para que mais pessoas possam ser vacinadas.
Uma injeção intradérmica é aplicada entre as camadas da pele, e não sob a pele, e significa que um único frasco da vacina, conhecida como Jynneos, pode ser usado para cinco injeções em vez de apenas uma.
O método é seguro e é usado em outros tipos de procedimentos, como testes de tuberculose, mas é menos comum que a vacinação subcutânea e pode ser mais difícil para os profissionais de saúde administrarem. A EMA alertou que uma vacina intradérmica poderia desencadear mais reações locais, como vermelhidão mais duradoura e espessamento da pele.
No início deste mês, a Food and Drug Administration (a Anvisa dos Estados Unidos) aprovou o uso emergencial de injeções intradérmicas para a vacina contra a varíola dos macacos. Os reguladores de medicamentos dos EUA e da União Europeia citam um estudo de 2015 mostrando pouca diferença na eficácia da vacina entre os dois métodos de injeção, embora alguns especialistas em saúde argumentem que essa evidência é insuficiente.
A varíola dos macacos, agora declarada uma emergência de saúde pública de interesse internacional pela Organização Mundial da Saúde, infectou mais de 35.000 pessoas em quase 100 países. Até agora, o surto afetou desproporcionalmente homens que têm relações sexuais com outros homens e se espalhou principalmente pelo contato próximo.
O executivo-chefe da Bavarian Nordic, Paul Chaplin, expressou suas opiniões sobre as práticas de economia de dose. Em uma carta às autoridades de saúde dos EUA, ele disse que esses métodos de injeção tendem a causar mais efeitos colaterais e há dados de segurança limitados.
Os países que são focos de surtos de varíola dos macacos estão lutando para obter suprimentos de vacinas. O Reino Unido disse no início desta semana que está passando por uma escassez temporária e que não pode agendar mais consultas de vacinação até receber doses adicionais, esperadas para o fim de setembro.
Enquanto isso, a Bavarian Nordic está procurando terceirizar parte da produção da vacina para ajudar a atender à crescente demanda de governos em todo o mundo. Conforme informou a Bloomberg anteriormente, a empresa teria chegado a um acordo com a Grand River Aseptic Manufacturing Inc., com sede em Michigan, para embalar a vacina Jynneos.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também:
Única fabricante de vacina da varíola dos macacos avalia produção emergencial
© 2022 Bloomberg L.P.
