Seca de IPOs no Brasil deve durar mesmo após as eleições, diz Citi

Para chefe de mercado de capitais do Citi no Brasil, Marcelo Millen, investidores aguardam a definição do novo governo sobre a equipe econômica

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Por Barbara Nascimento
19 de Agosto, 2022 | 11:41 AM

Bloomberg — O mercado deve seguir difícil para as ofertas públicas iniciais (IPOs) mesmo depois que a disputa eleitoral já estiver definida, diz o chefe de mercado de capitais do Citi no Brasil, Marcelo Millen, em entrevista.

Os investidores devem aguardar definições sobre como a equipe econômica do governo eleito vai enfrentar a perspectiva de “um primeiro ano bastante desafiador” no pós-eleição, segundo ele.

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“Está todo mundo esperando para ver quem vai ganhar, não porque é o candidato A ou B, mas para ver o que vai ser a proposta no campo econômico”, afirma.

Ele vê preocupação com a ausência de crescimento econômico a partir do segundo semestre e a persistência da inflação. “Estes aspectos não devem ser solucionados em três, quatro meses para a gente ver uma volta robusta de mercado de capitais pós-eleição.”

Nenhuma empresa se arriscou a abrir o capital neste ano de eleições, período sempre considerado de maior volatilidade. Para o segundo semestre, Millen também não espera nenhuma operação. Mas ele afirma que algumas companhias podem se organizar, num “movimento tático”, para aproveitar uma possível janela para transações em janeiro ou fevereiro, “se o mercado melhorar muito”.

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Follow-on

Para follow-ons, Millen destaca que algumas operações específicas já aconteceram este ano e podem seguir interessantes. Ao todo, 14 ofertas subsequentes de ações foram realizadas este ano, segundo dados da B3. Nesta semana, o IRB Brasil (IRBR3) confirmou em comunicado que avalia uma operação desse tipo -- a transação pode movimentar cerca de R$ 1 bilhão, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

“A companhia que precisa de dinheiro, que está muito alavancada, que são os temas que aconteceram nos follow-ons presentes no primeiro semestre, acho que pode ter continuidade”, diz Millen.

Ele avalia que o setor de óleo e gás pode comportar alguns desses casos, na esteira do processo de desinvestimento da Petrobras (PETR4). E, ainda, no setor elétrico, com empresas de olho na aquisição de ativos e processos de fusão e aquisição já em andamento.

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