Bloomberg — A Paramount Global renovou seus direitos de mídia nos Estados Unidos para partidas de futebol da Champions League, ou Liga dos Campeões, em um acordo avaliado em mais de US$ 1,5 bilhão ao longo de seis anos. O novo contrato mais do que dobra o valor anterior, em um sinal da crescente popularidade do esporte entre os americanos.
A empresa proprietária da rede CBS e do serviço de streaming Paramount + transmitirá o torneio anual com os principais times de futebol da Europa sob um novo acordo que vai de 2024 a 2030.
A Paramount pagará cerca de US$ 250 milhões por ano, acima dos cerca de US$ 100 milhões por ano no acordo feito no período anterior, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
A Uefa (União das Associações Europeias de Futebol) buscava cerca de US$ 2 bilhões ao longo de seis anos pelos direitos em inglês e espanhol combinados, mas decidiu adiar a venda dos direitos em espanhol porque o mercado de streaming para esse público ainda está em seu começo, diziam as pessoas.
A TelevisaUnivision, que atualmente detém os direitos do idioma espanhol, lançou um novo serviço de streaming chamado Vix+ em julho. Enquanto isso, sua rival, Telemundo, planeja iniciar um hub de conteúdo no Peacock, o serviço de streaming de propriedade de sua controladora, Comcast.
O novo acordo com a Paramount valida a Champions League como uma das propriedades do futebol europeu mais valiosas na mídia dos Estados Unidos e é mais uma evidência do custo crescente dos direitos esportivos.
Em novembro, a NBC, da Comcast, concordou em pagar mais de US$ 2,5 bilhões ao longo de seis anos para renovar os direitos de transmitir os jogos da Premier League inglesa nos Estados Unidos. Isso foi quase o triplo do custo de seu acordo anterior.
A Apple (AAPL) está pagando uma garantia mínima de US$ 250 milhões por ano pelos direitos da Major League Soccer, quase o triplo do valor do acordo anterior, segundo o Sports Business Journal.
A Paramount está apostando que o esporte continuará ganhando popularidade nos EUA. A final da Liga dos Campeões entre Real Madrid e Liverpool há cerca de três meses atraiu 2,8 milhões de telespectadores na CBS, a maior audiência dos EUA para um jogo final transmitido pela televisão em inglês. Também foi o maior público de streaming para uma partida no Paramount +.
Antes de se decidir pela Paramount, a UEFA também teve discussões preliminares sobre os direitos da Liga dos Campeões nos EUA com a NBC, da Comcast, a ESPN, da Walt Disney (DIS), a Amazon (AMZN), a Apple, a Fox, a Warner Bros. Discovery, a Univision e DAZN, segundo as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as conversas eram privadas.
No final, Paramount e Amazon fizeram os dois lances mais altos, disseram as pessoas.
“A UEFA é um dos principais impulsionadores da Paramount + desde o nosso lançamento e estamos entusiasmados em estender essa parceria de sucesso, mostrando ainda mais futebol de classe mundial até a temporada 2029-30, aproveitando o incrível impulso que criamos nos últimos dois anos”, disse Sean McManus, presidente da CBS Sports.
A Liga dos Campeões é “a âncora que traz os fãs de futebol” para a Paramount+, disse Christopher Harris, editor do World Soccer Talk, um site que cobre a transmissão de futebol nos EUA.
“Se a Paramount tivesse perdido os direitos da Amazon, teria sido um golpe devastador para o número de assinantes da Paramount+”, disse Harris.
Para a UEFA, foi um momento particularmente apropriado para negociar um novo contrato. Não só as empresas de mídia estão dispostas a pagar mais pelos direitos esportivos como os Estados Unidos também sediarão a Copa do Mundo em 2026 - junto com Canadá e México, o que provavelmente gerará mais entusiasmo em torno do esporte.
O processo de licitação para a Champions League foi executado pelo Relevent Sports Group, que foi co-fundado pelo proprietário do Miami Dolphins, Stephen M. Ross. Em fevereiro, a Relevent ganhou os direitos de intermediar os acordos de mídia da UEFA nos EUA, superando outras agências como Octagon e Endeavor’s IMG, prometendo vender os direitos por pelo menos US$ 250 milhões por ano.
“A Relevent vem construindo fãs para o futebol europeu nos EUA há mais de uma década e estamos incrivelmente empolgados com o que isso significa para o futuro do esporte”, disse o CEO Daniel Sillman em comunicado.
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