iFood é avaliado em US$ 5,4 bilhões e se torna a startup mais valiosa do Brasil

A sul-africana Prosus/Naspers agora controla a companhia brasileira de entregas, que também se tornou a segunda em valor da América Latina

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Bloomberg Línea — A Prosus, grupo investidor holandês que faz parte da sul-africana Naspers, com sede na Cidade do Cabo, agora é controladora do iFood. A Prosus pagou US$ 1,8 bilhão (cerca de R$ 9,35 bilhões) para adquirir os 33% de participação da Just Eat na empresa de delivery brasileira, avaliando o negócio do iFood em US$ 5,4 bilhões (R$ 28 bilhões.)

A transação faz do iFood a startup mais valiosa do Brasil e a segunda da América Latina: apenas Kavak (US$ 8,7 bilhões) vale mais. A Rappi foi avaliada em US$ 5,25 bilhões após uma rodada de financiamento de US$ 500 milhões em julho do ano passado, segundo o PitchBook.

A Prosus tem uma listagem primária na Euronext Amsterdam (AEX:PRX) e listagem secundária na Bolsa de Valores de Joanesburgo (XJSE:PRX) e a2X Markets (PRX.AJ). Pelo acordo, o grupo, que já era o maior acionista da Movile, holding dona do iFood, vai adquirir os 33,3% restantes que a Just Eat, empresa de delivery holandesa, tinha.

A transação será de 1,5 bilhão em euros e mais uma contrapartida contingente de até 300 milhões de euros. Após o negócio, a Prosus e sua afiliada, a Movile (investidora brasileira em empresas de tecnologia), passarão a deter integralmente o iFood.

Segundo a Bloomberg News, a Just Eat tinha dito no ano passado que uma oferta de 2,3 bilhões de euros (que avaliaria o iFood em US$ 6,9 bilhões) era inadequada.

A Prosus/Naspers investiu pela primeira vez na Movile em 2013. “Aumentar nossa participação para a propriedade plena é uma demonstração de nossa abordagem comprometida e disciplinada ao investimento e reflete nossa confiança no potencial de longo prazo do iFood”, disse Bob van Dijk, CEO da Prosus, em comunicado à imprensa nesta sexta-feira (19).

No setor de delivery, a Prosus também investe na indiana Swiggy e na alemã Delivery Hero.

Em sua mais recente reunião com acionistas em junho, a empresa disse que o iFood foi capaz de gerar lucro em seu negócio principal de delivery de restaurantes depois de ter recebido um investimento de US$ 200 milhões em 2021.

Segundo a Prosus, para o ano fiscal terminado em março, o iFood teve alta de 29% na receita e um crescimento de 41% no valor bruto de mercadorias (GMV), para US$ 6,9 bilhões.

O lucro operacional do business de entregas de restaurantes foi de US$ 10 milhões, o que representou uma queda de 66% em relação aos US$ 30 milhões no mesmo período do ano anterior.

A receita total do iFood cresceu para US$ 991 milhões no ano fiscal encerrado em março, com a expansão para outras cidades no Brasil, enquanto o prejuízo de toda a operação aumentou para US$ 206 milhões, uma perda que foi impulsionada por investimentos na frente de entregas de supermercado.

-- Matéria atualizada para corrigir o valuation da Rappi

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