Bloomberg Línea — O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, pediu aos países latino-americanos que aderissem às sanções contra a Rússia. “Quero que eles cumpram essas políticas dos Estados Unidos e do Canadá e que a política de sanções seja mais eficaz”, disse ele em uma videoconferência organizada pela Pontifícia Universidade Católica do Chile nesta quarta-feira (17).
A esse respeito, o líder ucraniano apontou: “não mantenham o comércio com a Rússia para que os russos entendam que eles devem pagar um preço alto”. Ele esclareceu que esse “preço alto” não deve levar à perda de mais vidas: “entendemos que vivemos em um mundo moderno e contemporâneo”. Assim, ele sugeriu o uso de “instrumentos civilizados para pressionar Moscou.
Zelensky considerou que não tem “comunicações suficientes” com os líderes da região, especificamente no nível das relações bilaterais. “Acredito que isso é algo a ser corrigido”, afirmou.
Segundo o presidente, a Rússia está tentando impedir os “contatos” de Kiev com países da América Latina e da África. “Devemos enfrentar a propaganda russa e exigir total responsabilização de assassinos e criminosos de guerra. Eles devem ser condenados por uma justiça competente”, acrescentou.
Esse foi seu primeiro contato público com a América Latina depois de quase seis meses desde que o governo de Vladimir Putin invadiu a Ucrânia. “É importante para nós que os países da América Latina conheçam a verdade e a compartilhem com os outros”, acrescentou ele em seu discurso online.
O Mercosul recusou um pedido de Zelensky para falar na cúpula da região no final de julho. O vice-ministro da Integração Econômica do Paraguai, Raúl Cano, disse à imprensa em Assunção que, “nestas circunstâncias, as condições não são as adequadas” para uma intervenção do tipo.
O presidente ucraniano mantém conversas regularmente com líderes dos Estados Unidos, da Europa e da Ásia.
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