Barcelona, Espanha — (Esta é a versão atualizada e ampliada da nota originalmente publicada às 5h56)
Dia de esquadrinhar dados e buscar pistas. Hoje os investidores se debruçam sobre a ata da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) de julho, quando o banco central norte-americano subiu os juros em 0,75 ponto percentual pela segundo mês seguido. Voltará, em setembro, a elevar o custo do dinheiro na mesma magnitude?
🤨 Sinais contraditórios. Muita água rolou desde a reunião de 27 de julho - dados macroeconômicos que podem indicar rumos diferentes para a economia e, consequentemente, para as manobras de política monetária do Fed.
↕️ Up and down. Nos EUA, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) se suavizou, dando abertura a um consistente movimento comprador em bolsas. A produção industrial também garantiu certo alívio, subindo mais do que previam os analistas. Porém, sopram ares de recessão notícias sobre os cancelamentos de venda de imóveis, que disparam em julho nos EUA e atingiram 16% do total de contratos.
Além disso, a atividade manufatureira de Nova York caiu para o segundo pior resultado desde 2001. E o sentimento dos construtores de casas nos EUA baixou pelo oitavo mês, a mais longa sequência de quedas desde o colapso do mercado imobiliário em 2007.
🔥 Calor escaldante, preços ardentes. Se nos EUA o IPC de julho pisou no freio, a inflação britânica acelerou mais do que o esperado, renovando o recorde de preços mais altos em 40 anos. O IPC subiu 10,1% em julho frente ao ano passado, após subir 9,4% no mês anterior, conforme dados desta manhã. A leitura superou tanto as projeções dos economistas do setor privado como as do próprio Banco da Inglaterra (BoE), que provavelmente terá de subir ainda mais os juros para deter a inflação.
🏦 Bancos centrais implacáveis. O banco central da Nova Zelândia aumentou as taxas de juros pela sétima vez consecutiva. Foi uma alta de 0,50 ponto percentual, para 3%, e uma sinalização de que o custo do dinheiro irá para 4%.
🇪🇺 PIB da Zona do Euro. Foi revisado para baixo em um décimo de ponto percentual, para +3,9%, no segundo trimestre. O crescimento do consumo está impulsionando o crescimento, apoiado por uma taxa de desemprego nos níveis mais baixos desde 1981. Entretanto, espera-se uma forte desaceleração nos próximos trimestres devido à crise energética resultante da guerra na Ucrânia, à perda do poder de compra dos consumidores europeus e ao aperto das condições monetárias pelo Banco Central Europeu (BCE) para conter a inflação, que em julho atingiu +8,9%.
→ Assim se comportam os mercados esta manhã:
A manhã é de queda entre os futuros de índices norte-americanos e as bolsas europeias. Ao mesmo tempo, enquanto os investidores aguardam pistas sobre a sensibilidade do Fed a dados econômicos mais fracos, o dólar e os rendimentos do Tesouro sobem.
O petróleo flutuava entre ganhos e perdas (há pouco subia), ao redor de um mínimo em mais de seis meses, refletindo preocupações persistentes sobre as difíceis perspectivas econômicas em meio à inflação elevada e ao aperto da política monetária.
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🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+0,71%), S&P 500 (+0,19%), Nasdaq Composite (-0,19%), Stoxx 600 (+0,16%), Ibovespa (+0,43%)
O mercado norte-americano ganhou força após o Walmart (WMT) superar as expectativas de lucro dos analistas e melhorar sua previsão para o ano. O sentimento também foi impulsionado pelo resultado acima do previsto da Home Depot (HD) no segundo trimestre, mesmo diante de sinais de desaceleração do mercado imobiliário americano.
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Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Vendas no Varejo/Jul, Pedidos e Juros de Hipotecas - MBA, Estoques das Empresas/Jun, Atividade das refinarias de Petróleo - EIA
• Europa: Zona Euro (Variação no Emprego, PIB/2T22); Reino Unido (IPC/Jul, IPP/Jul)
• Ásia: Hong Kong (Taxa de Desemprego/Jul); China (Investimento Estrangeiro Direto)
• América Latina: Brasil (IGP-10/Ago, Fluxo Cambial Estrangeiro); Colômbia (Exportações Zona Franca/Jun); Argentina (Capacidad Instalada da Industria/Jun)
• Bancos centrais: Ata de Política Monetária da reunião de julho do Fed. Decisão sobre os juros da Nova Zelândia. Discurso de Michelle Bowman (FOMC/Fed)
• Balanços: Cisco System, Target, Lowe’s
📌 Para a semana:
• Balanços: Tencent
• Quinta-feira: EUA (Vendas de Casas Existentes, Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego, Índice líder do Conference Board). Pronunciamentos de Esther George e Neel Kashkari, do Fed
(Com informações da Bloomberg News)