Bloomberg Línea — O cenário da corrida eleitoral segue estável. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (17), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve seus 12 pontos de vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL): o petista está com 45% das intenções de voto e o presidente, com 33%. Ambos subiram um ponto percentual em relação à última pesquisa, divulgada há duas semanas.
Depois deles vêm os candidatos Ciro Gomes (PDT), com 6%, e Simone Tebet (MDB), com 3%. Ambos também subiram um ponto em relação à pesquisa anterior. O deputado André Janones (Avante-MG), que vinha empatando com Tebet, desistiu de sua candidatura para apoiar o ex-presidente Lula.
A pesquisa desta quarta procurou avaliar o impacto do novo Auxílio Brasil, a versão bolsonarista do Bolsa Família, sobre o desempenho de Bolsonaro. O benefício saiu de R$ 400 para R$ 600 e o novo valor começou a ser distribuído no dia 8 de agosto.
De lá para cá, segundo a Quaest, a avaliação do governo permaneceu estável: 39% dos entrevistados que recebem o auxílio têm avaliação negativa do governo, mesma cifra de duas semanas atrás. Entre os que não recebem, a avaliação negativa caiu de 44% para 42%.
No entanto, Lula segue o favorito dos eleitores que recebem o Auxílio. Há duas semanas, tinha 52% de votos nesse segmento. Agora, tem 57%. Já Bolsonaro saiu de 29% para 27%.
O presidente cresceu entre quem não recebe o dinheiro. Saiu de 34% para 37%, enquanto Lula saiu de 41% para 40% no segmento.
O aumento do Auxílio Brasil foi aprovado por meio de uma emenda constitucional que permitiu ao governo federal aumentar seus gastos no ano eleitoral. Além dele, foram aprovados um vale-gás e um benefício de R$ 1 mil para taxistas e para caminhoneiros, que começam a ser pagos nesta semana. O custo total das medidas foi calculado em R$ 41,2 bilhões
O discurso do governo foi o de que os gastos eram necessários para enfrentar o “estado de emergência” provocado pela “elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo, combustíveis e seus derivados”.
Segundo a pesquisa da Quaest divulgada nesta quarta, no entanto, 62% dos entrevistados consideram que as medidas têm como objetivo principal reeleger Bolsonaro. E só 33% acreditam que elas se destinam a ajudar as pessoas.
Pelo texto da emenda constitucional, os benefícios só vão até 31 de dezembro deste ano. Mas tanto Bolsonaro quanto Lula prometeram manter o Auxílio Brasil em R$ 600 para o ano que vem - embora o governo tenha enviado ao Congresso um Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023 que considera o Auxílio em R$ 400.
De todo modo, o auxílio parece ter servido para melhorar a imagem do presidente em alguns segmentos. A avaliação negativa do governo entre quem ganha até dois salários mínimos vem caindo desde o mês passado e chegou ao menor patamar na pesquisa desta quarta: 41%. Já a avaliação positiva saiu de 24% para 25% no segmento em duas semanas.
Bolsonaro também ganhou terreno entre os eleitores evangélicos, onde já era favorito. Saiu de 48% para 52% desde a última pesquisa, enquanto Lula ficou em 28%.
De março para cá, o presidente cresceu 17 pontos entre os evangélicos. Entre os católicos, a vantagem é de Lula, com 51%, contra 27% de Bolsonaro.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 120 municípios entre os dias 11 e 14 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos e o índice de confiança é de 95%. O registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR-01167/22.
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