O mercado virou?

Também no Breakfast: Mercados lutam por direção, Investidores miram países emergentes para lucrar com estagflação e Inteligência artificial tomará decisões melhores que CEOs, diz Nobel de Economia

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Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Os mercados iniciaram a segunda quinzena de agosto engatando a quinta semana consecutiva de ganhos, diante das expectativas de que o Federal Reserve seja menos agressivo em seu aperto monetário.

Não que a hipótese de recessão esteja descartada, mas alguns indicadores macroeconômicos sugerem que talvez este cenário seja menos prolongado e acentuado do que se temia.

🟢 No Brasil não é diferente. Crescem as apostas de que o ciclo de alta dos juros chegue ao fim na próxima reunião do Copom, em setembro. A tal ponto que bancos estão revisando suas projeções de crescimento da economia para cima, enquanto gestoras têm reduzido as apostas na queda das ações.

É o caso do Bank of America, que elevou suas expectativas para a expansão do PIB este ano, de 1,5% para 2,5%. O banco afirma que os dados do IBC-Br surpreenderam pelo lado positivo, uma vez que o setor de serviços continua forte.

Na semana passada, dados do IPCA mostraram uma deflação em julho o que, junto com a ata da última reunião do Copom, reforçaram a visão de que ciclo de alta da Selic chegou ao fim.

Do lado das ações, a gestora Squadra Investimentos reduziu sua posição “short” (vendida) em Nubank (NU) e tem visto oportunidade em nomes com perfil de alto crescimento e com algum viés tecnológico, como Mercado Livre (MELI) e XP (XP).

Leia os detalhes na matéria completa: Squadra: XP e Mercado Livre são alguns dos ‘melhores negócios da bolsa’

E para saber mais: Economia brasileira cresce mais do que o esperado no segundo trimestre do ano

Na trilha dos Mercados

Os mercados conseguirão conformar a quinta semana consecutiva de alta? Forças contrárias no campo macroeconômico dão argumentos para ambos os lados, os compradores e os vendedores. O resultado é um mercado sem rumo definido: esta manhã, na Europa as bolsas subiam, enquanto entre os futuros de índices dos Estados Unidos o sinal era negativo (o contrato atrelado ao Dow Jones vai e vem)

🌔 O lado A. O saldo positivo dos balanços empresariais e o último dado da inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que apontou para uma desaceleração nos preços e deu a entender que o pior já passou, dão confiança aos investidores dispostos a assumir mais riscos. Se ficar comprovado que a inflação já tocou o teto, o Federal Reserve (Fed) poderia moderar sua política de aperto monetário.

🌒 O lado B. Mas há indicadores que acendem o alerta e recolocam o medo de uma recessão sob o foco. Ontem, a China desapontou com os números de vendas no varejo e produção industrial em julho. O banco central chinês surpreendeu com uma redução do juro dos empréstimos de um ano em 10 pontos base, para 2,75%. Além disso, a atividade manufatureira de Nova York caiu para o segundo pior resultado desde 2001. E o sentimento dos construtores de casas nos EUA baixou pelo oitavo mês, a mais longa sequência de quedas desde o colapso do mercado imobiliário em 2007.

🇬🇧 Perdendo o ritmo? O efeito da inflação mais alta em 40 anos já se faz sentir entre consumidores e empresas. As vagas de emprego no Reino Unido caíram pela primeira vez desde agosto de 2020 - os salários reais baixaram no ritmo mais acentuado jamais registrado. O número de empregos anunciados pelos empregadores recuou em 19.800, para 1,27 milhão no trimestre findo em julho, informou esta manhã o Escritório de Estatísticas Nacionais. Os pagamentos, descontados os bônus e ajustados pela inflação, minguaram 3% entre abril e junho, a maior queda desde o início do registro, em 2001.

→ A análise completa você lê no Radar dos Mercados

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+0,45%), S&P 500 (+0,40%), Nasdaq Composite (+0,62%), Stoxx 600 (+0,34%), Ibovespa (+0,24%)

Nos EUA, as ações subiram pelo segundo dia consecutivo, com megacaps ganhando espaço na carteira de investidores enquanto dados fracos sobre a manufatura de Nova York e sobre a economia chinesa eram digeridos. A atenção dos investidores se centra no saldo positivo dos resultados corporativos do segundo trimestre e na esperança de que a inflação mais baixa leve o Fed a moderar política monetária.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Licenças de Construção/Jul, Construção de Novas Casas/Jul, Índice Redbook, Utilização da Capacidade Instalada/Jul, Produção Industrial/Jul, Vendas da Indústria/Jul, Estoques de Petróleo Bruto - API

Europa: Zona Euro (Balança Comercial/Jun, Percepção Econômica ZEW/Ago); Reino Unido (Taxa de Desemprego/Jul; Produtividade de Mão de Obra)

Ásia: Japão (Índice de Atividade da Indústria Terciária, Balança Comercial/Jul, Núcleo de Encomendas de Maquinaria/Jun); China (Investimento Estrangeiro Direto)

América Latina: Colômbia (Balança Comercial/Jun; PIB/2T22, Atividade Econômica/Jun); Argentina (Turismo Internacional/Jun)

Balanços: Walmart, Home Depot

📌 Para a semana:

Balanços: Target, Tencent

Quarta-feira: Ata de Política Monetária da reunião de julho do Fed. Decisão sobre os juros da Nova Zelândia. Reino Unido (IPC), EUA (Vendas no Varejo)

Quinta-feira: EUA (Vendas de Casas Existentes, Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego, Índice líder do Conference Board). Pronunciamentos de Esther George e Neel Kashkari, do Fed

Destaques da Bloomberg Línea

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• Também é importante: • Investidores miram países emergentes para lucrar com estagflação • Petrobras anuncia nova redução na gasolina e reforça alívio sobre inflação • Memecoins Dogecoin e Shiba Inu sobem com otimismo pela rede Ethereum • Inteligência artificial tomará decisões melhores que CEOs, diz Nobel de Economia

• Opinião Bloomberg: Corte de juro indica cenário sombrio na China

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe