Bloomberg Línea — A fintech brasileira Nubank (NU) disse que vê o sistema de pagamentos instantâneos Pix, do Banco Central, tomando o lugar dos cartões de débito e crédito no Brasil no longo prazo.
Questionado por um analista durante a conferência trimestral com investidores, o Nubank disse que identifica um mercado endereçável para pagamentos no Brasil e espera ver de crianças a idosos com um smartphone usando o sistema de pagamento instantâneo do Brasil.
O CEO do Nubank, David Vélez, comparou o cartão de crédito com o primeiro negócio da Netflix (NFLX), o envio de DVDs físicos para a casa das pessoas, enquanto o Pix seria um paralelo com o novo futuro digital. “Iniciamos uma estratégia de usar novos trilhos de pagamento do Pix para começar a diversificar dos cartões de crédito”, disse.
Primeiro produto do Nubank e aquele que fez a sua fama em seus primeiros anos, o cartão de crédito hoje dispõe de uma base de 29 milhões de clientes, segundo os números trimestrais.
No segundo trimestre, o Nubank também anunciou a possibilidade de fornecer crédito em cima da infraestrutura do Pix, com mais alternativas aos cartões de crédito.
Em comunicado do Banco Central em março do ano passado, a autoridade monetária divulgou que o Pix havia superado os pagamentos por meio de transferências do tipo DOC e TED e boleto.
O Nubank acredita que a potencial canibalização do cartão de débito chegará antes do crédito, algo que levará “vários anos para chegar”, segundo Vélez. “Especificamente cartões de crédito, pois têm a usabilidade de pagamentos transfronteiriços e pagamentos parcelados”, disse ele.
O Pix ainda está sujeito às fronteiras do Brasil, ainda que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tenha dito recentemente que vê espaço para a expansão do Pix em países da América Latina, dado que diferentes bancos brasileiros têm operações na região.
“Estamos felizes em nos canibalizar para escalar para onde [o comportamento financeiro] está indo”, disse Vélez.
-- Matéria atualizada para corrigir frase de Vélez que tinha sido atribuída ao CFO do Nubank, Guilherme Lago
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