Apple, avaliada em US$ 2,7 trilhões, dispensa recrutadores de RH

Medida adotada pela empresa mais valiosa do mundo faz parte do plano de desacelerar o aumento de gastos diante do novo momento do mercado

El logotipo de Apple Inc. se muestra en la tienda de Apple del Upper West Side en Nueva York, Estados Unidos, el domingo 20 de julio de 2014.  Fotógrafo: Michael Nagle
Por Mark Gurman
16 de Agosto, 2022 | 05:11 PM
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A Apple (AAPL), empresa mais valiosa do mundo, dispensou cerca de 100 profissionais de recursos humanos terceirizados na semana passada, como parte do plano da gigante de tecnologia para desacelerar as contratações e gastos, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto.

A dispensa dos trabalhadores autônomos representa uma medida atípica na empresa mais valiosa do mundo, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas.

Os recrutadores eram responsáveis pela contratação de novos funcionários para a Apple, e os cortes destacam que a companhia passa por uma desaceleração. A empresa co-fundada por Steve Jobs e Steve Wozniak emprega mais de 150 mil pessoas e tem um valor de mercado aproximado de US$ 2,72 trilhões.

Os trabalhadores demitidos foram informados de que os cortes refletiam mudanças nas atuais necessidades de negócios da Apple. A Bloomberg News reportou em primeira mão no mês passado que a empresa planejava desacelerar as contratações, depois de expandir a força de trabalho por anos, seguindo os passos de muitas companhias de tecnologia que pisaram no freio.

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O CEO da Apple, Tim Cook, disse durante a teleconferência de resultados trimestrais que a empresa seria condizente com a nova realidade em seus gastos, mesmo com a continuidade do investimento em algumas áreas.

Na ocasião, a empresa informou que a divisão de serviços, que inclui áreas como a Apple Music, a App Stores e o iCloud, havia registrado o menor crescimento desde 2015.

“Acreditamos em investir durante a crise”, disse Cook a analistas. “E, assim, continuaremos a contratar pessoas e a investir em áreas, mas estamos fazendo deliberadamente reconhecendo as realidades do ambiente de mercado.”

A Apple ainda mantém recrutadores que são funcionários, e nem todos os terceirizados foram demitidos como parte da mudança. Um porta-voz da Apple não comentou a decisão.

Fazer demissões não é uma medida típica da empresa de tecnologia da Califórnia. Mas está longe de ser a única a dar esse passo. Nos últimos meses, Meta Platforms (FB), Tesla (TSLA), Microsoft (MSFT) Amazon.com (AMZN) e Oracle (ORCL) eliminaram empregos diante da desaceleração nos gastos com tecnologia.

Terceirizados dispensados foram informados de que receberiam salário e assistência médica por duas semanas. Quando demitidos, seus crachás foram desativados e os trabalhadores informados de que precisariam enviar por e-mail uma lista de seus pertences se quisessem que esses itens fossem devolvidos. Os funcionários foram dispensados em muitas regiões, inclusive nos escritórios da Apple no Texas e em Singapura.

A Apple demitiu anteriormente um grande grupo de terceirizados em 2019 em Cork, na Irlanda. Na época, a empresa contava com várias centenas de autônomos para ouvir as gravações das conversas da assistente virtual Siri com o objetivo de ajudar a melhorar o produto. A Apple demitiu os trabalhadores após reavaliar o programa em resposta a questões de privacidade. A empresa também dispensou alguns terceirizados que trabalhavam no campus da Apple Park em 2015.

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Como muitas outras empresas, a Apple emprega terceirizados para tarefas como suporte técnico e atendimento ao cliente. Também contrata autônomos para localizar produtos e melhorar seu serviço de mapas. Terceirizados normalmente recebem menos benefícios do que os que possuem vínculo empregatício e têm menos proteções.

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