Bloomberg Línea — A Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou nesta segunda-feira (15) mais uma redução nos preços da gasolina para as distribuidoras. O preço médio do combustível passará de R$ 3,71 para R$ 3,53 por litro, uma redução de R$ 0,18 por litro - equivalente a 4,85% - a partir de amanhã (16).
É a terceira redução do preço do combustível em menos de um mês. Na semana passada, a petrolífera havia anunciado uma redução de R$ 0,22 por litro do diesel às distribuidoras.
A queda reflete um novo patamar dos preços do petróleo, na casa de US$ 95 o barril do tipo Brent, e acontece a menos de dois meses do primeiro turno das eleições presidenciais. Nesta segunda, a queda era de cerca de 4% por volta das 13h30 (de Brasília), para US$ 94.
O preço do petróleo do tipo WTI operava em queda de quase 4% em Nova York, a US$ 88,44 o barril, por volta das 13h30. As ações preferenciais (PETR4) e ordinárias (PETR3) da Petrobras subiam no mesmo horário, com altas de 1,39% e 0,95%, respectivamente.
O tema do encarecimento dos combustíveis se tornou um dos principais da campanha eleitoral, com o presidente, Jair Bolsonaro (PL), criticando a Petrobras pelos aumentos ao longo do ano.
A nova redução pode representar ainda um novo alívio para a inflação geral, que entrou em trajetória de queda em julho graças à redução temporária de impostos promovida pelo governo com apoio do Congresso. Em julho, o IPCA registrou deflação de 0,68%, levando a taxa em 12 meses para 10,07%. O resultado foi o menor registrado desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em janeiro de 1980.
Diante da desaceleração da inflação, crescem as apostas no mercado de que o Banco Central poderá encerrar o ciclo de aperto monetário na próxima reunião do Copom, em 20 e 21 de setembro. Nesse processo, as taxas de juros saltaram de 2% em março de 2021 para 13,75% ao ano.
Segundo a estatal de capital misto, a “redução [do valor da gasolina] acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.
A parcela de gasolina que vem das refinarias e é repassada para os consumidores, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, de acordo com a empresa, passará de R$ 2,70, em média, para R$ 2,57 a cada litro vendido na bomba.
Leia também
Investidores miram países emergentes para lucrar com estagflação
