Canabidiol diminui sintomas de ansiedade crônica em jovens

Estudo de organização australiana com jovens de 12 a 25 anos de idade constatou melhora média de 43% nos sintomas da ansiedade crônica

Demanda pela substância aumentou expressivamente, tornando possível a compra de suas versões de venda livre
Por Alex Millson
14 de Agosto, 2022 | 03:17 PM

Bloomberg — O uso do canabidiol – substância não tóxica da cannabis, também conhecida como CBD – pode reduzir a gravidade dos sintomas de ansiedade crônica em jovens, segundo um novo estudo.

Adolescentes e jovens com ansiedade resistente a tratamentos que receberam um único comprimido CDB todos os dias por 12 semanas relataram que seus sintomas diminuíram em média 43%, demonstrou o estudo piloto da organização australiana de saúde mental juvenil Orygen. Os resultados entre os 31 pacientes foram impressionantes, disse Paul Amminger, pesquisador da Orygen e professor de saúde mental juvenil da Universidade de Melbourne, que liderou o estudo.

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Os jovens apresentaram menos ataques de pânico e conseguiram fazer coisas que antes não conseguiam, como sair de casa, ir à escola, participar de situações sociais, comer em restaurantes, pegar transporte público ou comparecer a consultas por conta própria”, disse ele.

O CBD vem da espécie Cannabis sativa, mas não contém THC, ingrediente que altera a percepção dos usuários de maconha. A demanda pela substância criou uma indústria multibilionária nos últimos anos – consumidores podem comprar versões de venda livre na esperança de melhorar o sono, tratar dores crônicas e aliviar diversas outras enfermidades. Os pesquisadores da Orygen começaram a estudá-la em crianças depois que artigos anteriores sugeriram benefícios em adultos.

A pílula foi bem tolerada, apresentando como efeitos colaterais mais comuns uma leve sedação e fadiga, segundo Amminger. Participantes de 12 a 25 anos de idade receberam uma dose inicial de uma cápsula de 200 miligramas por dia que foi duplicada após uma semana. Aqueles que não apresentaram melhora significativa tiveram a dosagem aumentada para até 800 mg por dia. Todos podiam fazer sessões quinzenais de terapia cognitiva comportamental, embora não tivessem respondido à terapia anteriormente.

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A melhora foi ainda maior quando os pesquisadores analisaram as avaliações dos médicos, que constataram queda de 51% nos sintomas. Ainda assim, os resultados precisam ser confirmados com estudos maiores e mais longos, disseram os pesquisadores.

“O canabidiol é uma opção de tratamento promissora que parece segura e eficaz”, disse Patrick McGorry, copesquisador do estudo e diretor executivo da Orygen. “Precisamos de mais pesquisas para confirmar e explorar seu valor”.

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