Aman New York: conheça o novo hotel mais caro de Manhattan

Hotel seis estrelas tem diárias de até US$ 5.500 e amenidades de resort, mas espalhadas em seus andares; Day Spa custa US$ 8.500 o casal

Suítes no Aman New York atualmente custam US$ 4.200 na maioria das noites da semana, com preços de até US$ 5.500 no fim de semana
Por Nikki Ekstein
14 de Agosto, 2022 | 07:11 AM

Bloomberg — Há muito sem precedentes sobre o hotel Aman New York.

As 83 suítes do prédio centenário na 57th Street, próximo à Quinta Avenida e ao Central Park, foi inaugurado oficialmente em 2 de agosto — embora ainda na metade da construção —, na abertura mais aguardada da cidade da última década.

A marca de resorts fatura mais de US$ 2.000 por noite em qualquer destino. Por isso, tão grande era a expectativa na capacidade de elevar os já altos padrões de luxo de Nova York que os vizinhos pagaram US$ 100.000 em taxas para se tornarem membros fundadores de seu primeiro Aman Club no mundo durante o período de pré-abertura. O custo de inscrição dobrou desde então, não incluindo os US$ 15.000 em anuidade.

Depois, serão cobradas as diárias. Se parecia que o novo Ritz-Carlton NoMad, com seu design maximalista e restaurantes José Andrés, estava ultrapassando o limite cobrando US$ 1.400 por noite por um quarto básico em um bairro não tão concorrido, o Aman supera essa ideia.

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No Aman New York, os menores estúdios, de 31 m², só podem ser reservados como uma opção adjacente às suítes, que custam US$ 2.000 por noite.

Já as suítes premier, que compõem a maioria do catálogo e medem 75 m², são as únicas que ainda podem ser reservadas para este ano. Embora o hotel diga oficialmente que os preços desses quartos começarão em US$ 3.200 por noite, eles atualmente custam US$ 4.200 na maioria das noites da semana e até US$ 5.500 nos fins de semana até o fim de 2022.

Mas isso não é por causa do tamanho deles. Uma suíte de proporções semelhantes no Carlyle recém-renovado custa menos da metade do preço nas mesmas datas. O preço se dá por causa do prestígio e dos seguidores dedicados do Aman.

A rede tende a ocupar edifícios arquitetonicamente importantes, como palácios de verão em Pequim e venezianos monumentais, e fazê-los parecer residências ultra-privadas para os poucos hóspedes que podem chamá-los de casas temporárias.

“Há uma grande diferença entre nós e todos os outros”, disse o presidente e CEO da Aman, Vlad Doronin, em videochamada de Ibiza com a Bloomberg News. “Nossos clientes não apenas estarão dispostos a pagar pelo que construímos mas também se sentirão muito felizes com o que receberam no momento da compra.”

Doronin poderia dizer isso sobre si mesmo. Ele admite que “não poupou gastos” e estourou seu orçamento - estimado em cerca de US$ 300 milhões apenas no hotel -, embora diga que comprar o prédio e colocar quartos trouxe a conta total para mais perto de US$ 1,45 bilhão. Isso se deve parcialmente aos desafios que surgiram com a construção de um hotel seis estrelas em meio a uma pandemia e à crise na cadeia de suprimentos.

Ainda assim, o resultado é, como ele prometeu, diferente de tudo o que Nova York já viu.

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Um resort vertical

Desenvolver e operar um hotel em Manhattan é uma tarefa com desafios únicos que não são familiares para a Aman. De seus 34 estabelecimentos, apenas o de Tóquio está em uma grande metrópole. Realizar construções em centros urbanos, no entanto, é primordial para a estratégia de expansão de Doronin. Bangkok e Miami serão os próximos.

Esses destinos não apenas podem oferecer um melhor potencial de venda de residências, que compensam os custos de desenvolvimento hoteleiro, mas também ajudam a marca a atrair um público mais jovem. Doronin diz que a idade média dos hóspedes de Aman começou a mudar de cinquenta e poucos anos para pessoas na casa dos 30 com grandes empregos no setor de tecnologia.

Nova York tem plantas baixas mal-planejadas que vão contra a propensão da Aman para a “generosidade do espaço”, como o CEO coloca. Os sindicatos também encarecem a operação com a proporção de funcionários para convidados que a Aman pode pagar, digamos, no Sri Lanka ou no Vietnã.

No entanto Doronin diz que a única diferença real entre a propriedade de Nova York e qualquer outro local da Aman é que as comodidades ficam posicionadas verticalmente nos andares do prédio, em vez de espalhadas por pavilhões em tons de rosa, como em Marrakech, no Marrocos, ou em suas caixas de arenito hiper-minimalistas de desertos emolduradas em Utah.

Os quartos ocupam apenas seis andares do edifício; o spa e centro de bem-estar ocupam três — cerca de 2.300 m² — e incluem espaço para câmaras de crioterapia e uma piscina coberta.

Um consultório médico funcional ocupa todo o último andar do spa. É onde o Dr. Robert Graham, formado em Harvard, usa uma série de máquinas para medir os níveis de inflamação e estresse em todo o corpo antes de prescrever “programas de imersão de bem-estar” que consistem em terapias como acupuntura, aumento de peptídeos intravenosos ou oxigenoterapia hiperbárica.

Mais suntuosas são duas casas de banho, como spas privados dentro do próprio spa.

Em áreas semelhantes a apartamentos completos com quartos e áreas de jantar, pequenos grupos ou casais podem compartilhar uma experiência até de dia inteiro que gira em torno de um hammam marroquino ou um banya do leste europeu. Qualquer esfoliação pode ser seguida por mergulhos em piscinas externas quentes e frias — situadas em um terraço com jardim privativo com teto retrátil -, além de menus de almoço personalizados e massagens complementares.

Custo: US$ 8.500 para duas pessoas para o dia inteiro. Se algum equivalente para isso existe em Nova York, fica na casa dos US$ 40 milhões para alguém no Upper East Side.

Até a academia traz surpresas: ela inclui uma esteira Technogym de alta intensidade chamada Skillmill, um elíptico (ou transport) VacuTherm de US$ 17.000 que parece ter sido cruzado com uma sauna – é envolto em elementos de calor infravermelho para fazer você suar mais – e bancos ao estilo Jetsons com rolos infravermelhos nodosos e brancos para drenagem linfática.

“Queríamos que fosse divertido e que desse às pessoas algo que elas nunca viram antes”, diz Yuki Kiyono, chefe global de bem-estar e spa da Aman.

Não-hóspedes podem entrar. Com restrições

O spa será aberto para não-hóspedes, com tratamentos exclusivos de duas horas a partir de US$ 785. Assim como os dois restaurantes do Aman New York em um lobby de pé-direito duplo no 14º andar: o Arva e o Nama servirão pratos italianos e japoneses, respectivamente. Por enquanto, porém, todos estarão em um modo de soft opening, limitado aos membros do clube e aos que passam a noite no local.

Há também um amplo bar com terraço de 650 m² no saguão, envolto como uma elaborada caixa de joias em folhas de metal e ripas de bambu, todos escondendo painéis de vidro retráteis para proteger o espaço em dias frios ou chuvosos. Enfeitado com fogueiras, árvores japonesas e espelhos d’água, ele deve ser tornar um local badalado para drinks depois do trabalho. Mas também quase inacessível, na verdade, porque a Aman deixará apenas alguns não-hóspedes entrarem no ambiente.

O objetivo, afinal, não é trazer moradores locais, como a maioria dos hotéis urbanos do mundo tenta fazer, mas manter pessoas suficientes de fora para que a vibe permaneça exclusiva e privada. Até os vizinhos da Billionaire’s Row descobrirão que sua melhor chance para entrar no clube seleto é pagar uma taxa de iniciação de US$ 200.000.

Um espaço já está aberto ao público: um clube de jazz subterrâneo com programação com curadoria do trompetista Brian Newman, líder da banda do show da cantora Lady Gaga em Las Vegas. É um espaço íntimo, mas chamativo, com um sistema de som tão raro que o único outro local público de Nova York que afirma tê-lo é o Jazz at Lincoln Center.

Algumas áreas serão limitadas aos membros do clube, o que significa que, mesmo que pague US$ 20 mil por uma suíte, ainda não poderá entrar. O local ainda inclui um pequeno salão de charutos escondido atrás de uma porta secreta no lobby e uma biblioteca de vinhos privada com rótulos raros.

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