Bloomberg Línea — O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai se encontrar com o presidente do banco central da Colômbia, Leonardo Villar, para que o país andino “copie” o Pix, o modelo de pagamentos instantâneo brasileiro que se tornou um caso de sucesso de digitalização das finanças.
“Tenho falado com o presidente do banco central da Colômbia, que quer fazer exatamente igual o Pix”, disse Campos Neto em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) na quinta-feira (11). Ele afirmou que vê espaço para internacionalizar o sistema de pagamentos brasileiro.
“Acho que a gente começa internacionalizar o Pix na América Latina. Muitos bancos brasileiros têm filiais na América Latina”, afirmou.
O Pix, lançado pelo BC em novembro de 2020, teve uma adoção rápida pelos brasileiros. Até 31 de julho de 2022, o Brasil tinha mais de 478 milhões de chaves cadastradas. As chaves são identificadores de cada usuário, e cada um pode ter até três chaves.
Tornou-se em menos de dois anos o principal meio de pagamentos e transferências da população brasileira, superando cartões de débito e crédito e ferramentas como TED e DOC. Duas de suas principais vantagens são a ausência de taxas até certos valores e o funcionamento 24/7 (24 horas por dia, sete dias por semana), solucionando uma das queixas de usuários antes de sua chegada.
Na Colômbia, a fintech Minka e a ACH Colombia criaram o sistema Transfiya, com a proposta de ser uma forma de pagamento 24/7 em tempo real, como é o Pix.
Na região, o Banco del Crédito de Perú lançou um braço de pagamentos instantâneos, a Yape, em 2016. Também de uma iniciativa privada, o PLIN, peruano, surgiu em 2020 como uma proposta de pagamentos em tempo real.
No México, o banco central local tentou implementar um sistema de pagamentos similar, o CoDi, que não teve a mesma adoção do Pix no Brasil. E, na Argentina, o Transferencias 3.0 é um sistema de interoperabilidade para pagamentos com débitos instantâneos.
“Eu nunca conseguiria fazer o Pix no Brasil se os bancos não colaborassem”, disse Campos Neto. “Os bancos colaboraram porque é um modelo em que todo mundo ganha, gera inclusão financeira e menos dinheiro físico em circulação.”
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