São Paulo — A Walt Disney (DIS) reportou números acima do esperado nesta quarta-feira (10), impulsionados principalmente pelo streaming e por filmes da Marvel, como Thor: Amor e Trovão e Doutor Estranho no Multiverso da Loucura.
A companhia registrou um aumento de 14,4 milhões de assinantes na plataforma Disney+, ante expectativa de 10 milhões. O objetivo da companhia, anunciado no final de 2020, é acumular de 230 milhões a 260 milhões de usuários até setembro de 2024. Até o momento, o total é de 152,1 milhões de assinantes.
A Disney teve receita de US$ 21,5 bilhões no segundo trimestre deste ano, um aumento de 26% em relação ao mesmo período de 2021 e em linha com os US$ 21 bilhões estimados. A companhia driblou desafios macroeconômicos que afetaram outras plataformas de streaming, como a inflação, além de se beneficiar da reabertura dos parques, no fim do ano passado, fechados por um ano pelas restrições da pandemia.
O lucro dos parques temáticos - uma estrela nos últimos meses, quando os consumidores saíram de férias novamente após dois anos da pandemia - aumentou seis vezes, para US$ 2,19 bilhões.
Os resorts dos Estados Unidos foram o principal impulsionador, enquanto os parques internacionais perderam dinheiro e os produtos de consumo apresentaram um aumento modesto.
As ações subiam 6,1%, para US$ 119,33 no after-market em Nova York após o anúncio.
No final deste ano, a Disney lança a segunda parte do filme Avatar, o mais lucrativo do mundo, com faturamento de US$2,847,397,339 nas bilheterias globais. Na ligação com os investidores, a empresa afirmou que “seu grande portfólio” é um trunfo na guerra do streaming.
As perdas operacionais no negócio direto ao consumidor, que inclui os serviços de streaming, mais que triplicaram para US$ 1,06 bilhão, à medida que a empresa continua investindo em nova programação e expandindo para novos territórios. O número ficou acima dos US$ 697 milhões esperados pelos analistas.
O lucro do negócio tradicional de TV, que inclui as redes ABC e ESPN, aumentou 13%, para US$ 2,47 bilhões, graças a maiores receitas de publicidade e taxas de distribuidores a cabo.
Precisamos de anúncios
A maior empresa de entretenimento do mundo, está tentando conter as perdas em seus negócios diretos ao consumidor, enquanto navega na transição da visualização de TV tradicional para as opções online. A empresa disse que espera que o Disney+, lançado em novembro de 2019, seja lucrativo no ano fiscal de 2024.
A introdução de uma camada apoiada por anúncios busca aumentar os assinantes e gerar mais receita, oferecendo aos clientes opções de quanto desejam pagar pelo serviço. A Disney disse no mês passado que vendeu US$ 9 bilhões em anúncios para a próxima temporada de TV, com 40% disso indo para suas ofertas online. Os assinantes atuais do Disney+ começarão a ver a versão com anúncios, a menos que concordem em pagar mais pelo plano sem comerciais.
A Disney não é a primeira empresa a considerar o uso de anúncios em plataformas de streaming. O presidente da Netflix (NFLX), Reed Hastings, posicionou por muito tempo a plataforma como uma alternativa sem publicidade à TV a cabo, mas agora diz que anúncios são necessários para atrair as pessoas que acham o serviço muito caro. O racional é ampliar as receitas para que o plano de entrada seja acessível.
Já a HBO Max pretende criar uma plataforma de streaming gratuita, mas com anúncios, que possa funcionar quase como o YouTube, do Google (GOOG), e o Spotify (SPOT) em suas versões grátis. Ou como a televisão tradicional.
Capitão streaming
O setor do streaming está em polvorosa nas últimas semanas. A Netflix, no começo de julho, divulgou que perdeu mais de um milhão de assinantes no primeiro semestre de 2022, mesmo com o sucesso da quarta temporada da série de ficção Stranger Things. No segundo trimestre, a receita da Netflix cresceu 8,6%, para US$ 7,97 bilhões, aquém das expectativas dos analistas para US$ 8,04 bilhões, em parte por causa do dólar forte.
Na semana passada, a Warner Bros. Discovery anunciou a combinação das plataformas HBO Max e Discovery+ em 2023, que vai resultar em um novo serviço, ainda sem nome. A gigante de entretenimento teve prejuízo de US$ 3,42 bilhões no segundo trimestre, ou US$ 1,50 por ação, 3 centavos abaixo das projeções do mercado. As receitas totalizaram US$ 10,82 bilhões, abaixo dos US$ 11,6 bilhões estimados.
-- Com informações de Bloomberg News
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