Bolsonaro endurece discurso com proximidade das eleições

Presidente aumenta menções a porte de armas e ataques a minorias, em estratégia que deve animar seguidores, mas pode afastar moderados

"Comprem suas armas, está na Bíblia", diz Bolsonaro durante convenção do agronegócio
Por Simone Iglesias
10 de Agosto, 2022 | 08:06 PM

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Bloomberg — O presidente Jair Bolsonaro (PL) está endurecendo a retórica de seus discursos conforme as eleições se aproximam, numa estratégia que deve animar seus seguidores, mas pode afastar os eleitores mais ao centro.

Durante uma convenção do agronegócio nesta quarta-feira (10), o presidente prometeu abrandar leis que restringem o porte de armas caso seja reeleito em outubro e pediu que seus apoiadores se armem.

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“Nossa geração não pode ser lembrada no futuro como a que teve a chance de fazer alguma coisa, mas se acovardou diante de três pessoas”, disse ele, numa referência mal disfarçada aos três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que integram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Comprem suas armas, está na Bíblia.”

Atrás do ex-presidente Lula (PT) nas pesquisas eleitorais, o capitão reformado do Exército continua espalhando teorias da conspiração sobre a integridade das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral brasileiro. Alegações sem prova de fraudes costumam vir acompanhadas de insinuações que ele pode seguir o exemplo do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e tentar reverter o resultado do pleito, caso seja derrotado - estratégia que custa votos dos eleitores moderados, segundo as pesquisas.

Na convenção desta quarta, Bolsonaro citou Argentina e Venezuela como exemplos do que há de errado na América do Sul, e disse que os eleitores precisam garantir que o Brasil não siga o mesmo caminho. “As Forças Armadas são o último obstáculo ao socialismo”, disse.

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Ele também criticou o Uruguai, país que tem um governo pró-mercado, porque relaxou as leis contra o uso de drogas.

Na segunda-feira (8), Bolsonaro deu uma entrevista de cinco horas a um canal do YouTube em que renovou os ataques às autoridades eleitorais, a governos de esquerda da América Latina e minorias em geral.

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