São Paulo — Itaim Bibi, Jardins e Vila Nova Conceição. Esses são os três bairros que abrigam os prédios mais caros para comprar e morar em São Paulo, maior cidade do país, de acordo com levantamento realizado pela imobiliária com foco em alto padrão MBRAS, a pedido da Bloomberg Línea.
As localizações dos imóveis, com áreas que variam de 724 a 1.413 metros quadrados, revelam uma preferência de incorporadores de alto padrão, bem como de milionários compradores, pelas zonas oeste e sul da capital paulista. São regiões próximas do centro financeiro e onde o metro quadrado chega a custar, em média, R$ 16.197, segundo dados do índice Lopes Avalia, da imobiliária Lopes.
Mais do que amplos espaços nos bairros mais nobres, moradores desses prédios buscam um atributo em particular: uma vista livre e ampla para áreas verde, algo cada vez mais raro na cidade.
O ranking dos prédios residenciais mais caros de São Paulo é liderado pelo edifício HL 746, localizado na rua Horácio Lafer, no bairro do Itaim Bibi, com vista para o Parque do Povo.
Segundo Lucas Melo, diretor executivo da MBRAS, um apartamento nesse prédio pode chegar a custar R$ 46 milhões, e isso sem contar gastos com acabamento, como piso e armários, por exemplo. Para montar e decorar o imóvel, Melo estima um gasto extra de R$ 7 milhões a R$ 10 milhões.
O que os milionários buscam?
Além de uma vista livre, com privacidade, a segurança também está entre as prioridades dos milionários (ou bilionários) na hora de escolher um apartamento, e isso se reflete na busca por bairros considerados mais seguros e prédios com câmeras de alta tecnologia e profissionais dedicados.
A área do imóvel é outro fator que conta, de modo compreensível. Um tamanho mínimo solicitado, segundo Melo, costuma ser, em média, de 600 metros quadrados em um único piso. Isso encarece os preços dos imóveis em relação aos duplex, que têm a metragem dividida em dois andares.
Esses imóveis amplos em único piso se valorizaram ainda mais com a pandemia por causa da busca de moradores por espaços mais amplos, conta o executivo da MBRAS.
As exigências também incluem pé direito acima do padrão, academias bem equipadas e amplas oferta de vagas de garagem (no mínimo oito para cada apartamento e com vagas para visitantes).
“O imóvel hoje representa um lifestyle. As pessoas querem morar perto do trabalho e em um lugar onde possam se exercitar e também receber amigos para jantares”, diz Melo.
No caso dos imóveis mais caros, o executivo conta que, na maioria das vezes, os compradores já buscam apartamentos em prédios específicos, normalmente porque têm conhecidos que moram lá.
Os valores mensais dos condomínios costumam variar de R$ 13 mil a R$ 22 mil, em patamares considerados mais altos porque o número de apartamentos para dividir os custos é menor - e não que isso represente um problema para quem se dispõe a comprar um imóvel de alto padrão.
Além de executivos de grandes empresas, como o CEO da Arezzo (ARZZ3), Alexandre Birman, e o fundador da JBS (JBSS3), José Batista Sobrinho, o público desses imóveis inclui jovens empreendedores de startups de sucesso, do agronegócio e de mineração, bem como apresentadores de TV.
Confira, a seguir, os cinco prédios mais caros de São Paulo:
1. HL 746
Localizado na rua Horácio Lafer, 746, no bairro do Itaim Bibi, o edifício HL 746 é o residencial mais caro para comprar e morar em São Paulo. O preço médio de um dos 16 imóveis que compõem o prédio é de R$ 46 milhões, segundo a MBRAS.
Os principais fatores para compor o preço são: localização, vista livre e “permanente” para o Parque do Povo e as opções de lazer, como piscina coberta, academia e salão de festas. Construído há cerca de cinco anos, o HL 746 ainda dispõe de apartamentos disponíveis dentre os 16 colocados à venda.
2. Edifício Saint Paul
Com 26 unidades, o prédio localizado na Rua Frederic Chopin, 140, no Jardim Europa, é composto por apartamentos de 744 a 865 metros quadrados, bem como por apartamentos duplex com 1.413 metros quadrados.
O condomínio conta com quadra de tênis de saibro em tamanho oficial, piscina com raia semiolímpica, além de academia e salão de festas. Cada apartamento conta com 12 vagas de garagem, além de uso coletivo das 60 disponíveis para visitantes.
Segundo a MBRAS, o valor de um apartamento beira os R$ 43 milhões.
3. L’ Essence Jardins
O condomínio fica localizado na Rua Haddock Lobo, 1.725, nos Jardins, e possui 31 apartamentos com aproximadamente 735 metros quadrados cada um. Há ainda dois duplex com cerca de 1.179 metros quadrados de área total cada um.
Com um número de vagas de garagem que varia de oito a doze, os apartamentos possuem entre quatro e cinco suítes, além de cinco a dez banheiros.
Há poucos anos, o prédio tinha entre seus moradores a socialite Val Marchiori, bem como o empresário fundador da JBS, José Batista Sobrinho. O valor do imóvel hoje está na casa dos R$ 42 milhões.
4. Edifício Arthur Ramos
Localizado na Rua Professor Artur Ramos, 422, no bairro do Jardim Europa, o edifício possui apartamentos com metragens que variam de 818 a 1.236 metros quadrados. As unidades oferecem de 11 a 17 vagas de garagem por unidade, cujo preço hoje está na casa dos R$ 40 milhões.
5. L’ Essence Vila Nova Conceição
Localizado na Rua João Lourenço, 463, no bairro da Vila Nova Conceição, um dos mais caros da capital, o edifício conta com apartamentos que variam de 724 a 754 metros quadrados, com valor de R$ 40 milhões.
Os apartamentos estão localizados próximos ao Parque Ibirapuera e possuem entre quatro e cinco quartos (suítes), somando entre seis e nove banheiros, bem como oito vagas exclusivas na garagem.
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