Para o PT, Estado tem que financiar reindustrialização do Brasil

Na Fiesp, ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva disse que ‘a China está tomando conta do Brasil’, e que o empresariado precisa ‘melhorar a bancada no Congresso’

“Quando a gente fala em reindustrializar, o que a gente vai fazer?”, declarou. “O Estado tem que financiar”.
09 de Agosto, 2022 | 03:49 PM

Bloomberg Línea — Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Brasil precisa passar por um processo de reindustrialização, mas que precisará ser financiado pelo Estado.

“Quando a gente fala em reindustrializar, o que a gente vai fazer?”, declarou. “O Estado tem que financiar”.

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A fala aconteceu em evento com empresários nesta terça-feira (9) na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que tem organizado debates com os candidatos a presidente. Lula falou ao lado de seu vice, Geraldo Alckmin, e de Aloizio Mercadante, que é coordenador do programa de governo do ex-presidente.

Mercadante fez um discurso de pouco mais de 10 minutos e disse que, no programa de governo do candidato, além do combate à fome, as prioridades são também um novo Bolsa Família e a indústria de transformação, que segundo ele, é o “coração do desenvolvimento”, por ser o setor que mais possui “efeito multiplicador na economia”.

Ele complementou dizendo que, “sem reindustrialização o país não se desenvolverá e não distribuirá renda”, e também defendeu maior presença do estado para a mudança. “Essa ideia neoliberal do estado mínimo serve a muita gente, mas seguramente não a esta casa”, disse.

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Mercadante defendeu que o estado deve impulsionar a reindustrialização do país e que, nisto, o BNDES, (Banco Nacional de Desenvolvimento) tem papel fundamental. “Não há como reindustrializar o país ou disputar os setores industriais portadores de futuro sem o BNDES”.

Ao responder uma pergunta sobre seus planos para retomar a importância da indústria de transformação no PIB brasileiro, Lula afirmou que a Fiesp tem como obrigação discutir o que será o mundo da empregabilidade no mundo digitalizado. ”Onde vai caber o trabalhador nisso? Como vamos gerar emprego nessa área?”

O petista leu uma série de dados sobre a participação da indústria chinesa em diversos setores, como eletrodomésticos, cabos de fibra ótica e instrumentos musicais e disse que os planos de reindustrialização precisam olhar para isso. “A China está tomando conta do Brasil. É muito grave isso. Isso me assusta muito. Eles estão pegando coisa que a gente sabe fazer e estão fazendo.”

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Lula disse ainda que outra missão do empresariado brasileiro é “melhorar a nossa bancada [no Congresso]”. “Não é possível que a gente tenha o Congresso que a gente tem hoje. Vamos precisar da ajuda de vocês. Vamos ter que conviver com o Congresso. E, se não melhorar, vai ser com esse.”

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Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.

Pedro Canário

Repórter de Política da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero em 2009, tem ampla experiência com temas ligados a Direito e Justiça. Foi repórter, editor, correspondente em Brasília e chefe de redação do site Consultor Jurídico (ConJur) e repórter de Supremo Tribunal Federal do site O Antagonista.