O que o presidente do Bradesco pensa sobre as fintechs e o Open Finance

Octavio de Lazari diz que o desafio para o sistema que permite o compartilhamento de dados de clientes são os níveis de segurança distintos nas instituições

entrantes no sistema financeiro provocam bancos incumbentes a buscarem inovação
09 de Agosto, 2022 | 03:09 PM

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Bloomberg Línea — O diretor-presidente do Bradesco (BBDC4), Octavio de Lazari, defende que é preciso ter cuidado com o desenvolvimento do Open Finance, principalmente em razão de ataques cibernéticos, ponderando que há fintechs com bons serviços de cibersegurança.

“No Open Finance, todos os dados dos clientes são compartilhados”, disse o executivo na abertura do evento Febraban Tech, da Federação Brasileira de Bancos, nesta terça-feira (9). “Temos muita preocupação em transacionar esses dados para lá e para cá. O grande desafio é a segurança para preservar os dados dos nossos clientes, porque os níveis de segurança são diferentes nas instituições.

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Segundo Lazari, os bancos incumbentes precisam fazer parcerias com fintechs, insurtechs e outras startups porque “é impossível alguém ser bom em tudo”. O Bradesco tem seu braço de investimentos em startups, o Inovabra, além de ter comprado algumas startups nos últimos anos.

Lazari disse ainda que o Bradesco precisa ajustar as estruturas porque não há mais a necessidade do tamanho que a empresa tinha. Segundo ele, há 90% menos autenticações realizadas nos caixas do Bradesco após a pandemia.

“Há 30 anos se colocássemos todos os caixas eletrônicos do Bradesco um do lado do outro em uma linha reta daria nove quilômetros. São coisas que não existem mais e temos que se adaptar aos novos tempos. Os novos entrantes nos provocam para buscarmos esse caminho mais rapidamente.”

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Lazari celebrou a deflação no mês de julho, conforme foi divulgado no IPCA nesta terça-feira, e disse que espera que o Brasil consiga se livrar “do fantasma da inflação” em breve. O presidente Jair Bolsonaro (PL) almoçou com banqueiros em evento fechado na Febraban na segunda-feira (8).

“Espero que não tenhamos taxas de juros altas para que as pessoas possam pagar suas dívidas”, disse o presidente do Bradesco sobre a condução da política monetária pelo Banco Central. A taxa Selic passou de 2% para 13,75% ao ano desde março de 2021 para conter a alta da inflação.

Enquanto os economistas projetam um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2022 em torno de 2%, as perspectivas para 2023 apontam uma alta de 2,5%. “Espero que os economistas se enganem mais uma vez e que tenhamos um crescimento maior do nosso país. O preço do petróleo já vem para US$ 90. Com as cadeias de suprimento se organizando, crescemos em 2023″, disse Lazari.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups