Lula: reforma tributária deve desonerar produção e onerar patrimônio

Durante debate na Fiesp, ex-presidente disse que pretende defender reforma em que ‘rico pague a conta’ e que tenha ‘dinheiro para o SUS’

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Bloomberg Línea — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (9) que defenderá uma reforma tributária para “desonerar cada vez mais a produção e aumentar a possibilidade de onerar o patrimônio da pessoa”. Se isso acontecer, disse, “poderemos fazer justiça com o produtor e com o consumidor”.

Lula falou na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que tem organizado debates com os candidatos a presidente. Para uma plateia de empresários da indústria, o ex-presidente disse que “não importa” o que ele considera prioritário, mas deixou claro que, numa reforma tributária, “o rico vai pagar a conta”.

Ele também disse que pretende fazer uma reforma administrativa para equilibrar os salários do funcionalismo público.

“Vamos ter que fazer uma reforma administrativa, sim. Tem pouca gente ganhando muito e tem muita gente ganhando muito pouco. É preciso tentar fazer um equilíbrio e aí vamos ter que pensar direitinho”, disse, em resposta a uma pergunta do presidente da Fiesp, Josué Gomes. “É possível fazer justiça a partir de uma reforma administrativa.”

Uma reforma administrativa, como mencionada hoje pelo ex-presidente, não consta do programa de governo enviado pelo PT ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último domingo (7).

O ex-presidente disse ainda que pretende restabelecer a relação do governo federal com os governos estaduais. No debate, ele disse que pretende se reunir com os 27 governadores para “restabelecer o pacto federativo” e para criar um “pacote de infraestrutura”.

“A primeira coisa que eu quero fazer é reunir todos os 27 governadores para restabelecer o pacto federativo e, segundo, ver as três ou quatro obras de prioridade de infraestrutura em cada estado, para construir um pacote de infraestrutura”, disse. “Minha ideia é que, se a gente ganhar, eu quero arrumar a casa, constituir grupos de trabalho para começar a fazer as coisas neste país.”

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