Itaú amplia lucro e retorno e controla inadimplência: 5 destaques do 2º tri

Maior banco amplia carteira de crédito em quase 20% com impulso de produtos com maior margem, como cartões de crédito; resultados superam projeções

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Bloomberg Línea — O Itaú Unibanco (ITUB4), maior banco privado do país, conseguiu superar as expectativas de analistas e apresentou um resultado de crescimento em receitas e lucro recorrente e na carteira de crédito com aumento de rentabilidade e manutenção da inadimplência sob controle, segundo análise preliminar dos números do segundo trimestre divulgados neste fim de tarde de segunda-feira (8).

A teleconferência de executivos do banco com investidores e analistas será nesta terça (9) às 10h.

Veja a seguir 5 destaques do resultado do Itaú no segundo trimestre:

1. Lucros

O banco registrou lucro recorrente de R$ 7,679 bilhões no segundo trimestre, mantendo as taxas de inadimplência em níveis próximos às do trimestre anterior e do mesmo período do ano passado - uma das maiores preocupações dos analistas que cobrem o setor e de investidores. O lucro recorrente avançou 17,4% na base anual e 4,3% em relação aos três primeiros meses do ano.

2. Crédito e inadimplência

O índice de inadimplência (atrasos até 90 dias) total ficou em 2,7%, ante os 2,6% no segundo trimestre de 2021. Mas houve aumento de 0,4 ponto percentual ante o mesmo período em 2021.

“Nossa carteira de crédito manteve a trajetória de crescimento saudável, para todos os perfis de clientes, e da mesma forma ampliamos as nossas receitas com serviços e seguros”, disse o CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, em comunicado.

A carteira de crédito total cresceu 19,3% em relação ao segundo trimestre de 2021, atingindo R$ 1,084 bilhão em junho. Na carteira de pessoas físicas, o aumento está relacionado aos volumes de linhas de cartão de crédito (43,1%) e crédito imobiliário (35,3%).

Já o custo de crédito subiu 60,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 7,5 bilhões.

O aumento foi referente à alta na provisão para crédito de liquidação duvidosa pela expansão da carteira de crédito de varejo, da maior originação em produto de crédito a consumo e sem garantias e aumento da carteira em atraso.

3. Rentabilidade e margem

O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) ficou em 20,8%, quase dois pontos percentuais (p.p.) acima dos 18,9% alcançados um ano antes; e 0,4 p.p. acima do primeiro trimestre.

A margem financeira chegou a R$ 22 bilhões, muito acima do patamar entre R$ 16 bilhões e R$ 17 bilhões registrados no mesmo período entre 2018 e 2021. O indicador que mede o resultado da intermediação financeira subiu 30,9% ante o segundo trimestre de 2021 e 9,7% versus o primeiro trimestre deste ano.

4. Outras receitas

As receitas de serviços e seguros cresceram 11,2% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período de 2021, impulsionadas pela expansão das receitas com cartões, tanto em emissão quanto em adquirência, e pelo aumento de prêmios ganhos de seguros.

5. Cobertura digital

Os canais digitais lideraram as vendas de produtos a pessoas físicas, respondendo por 68,7% das contratações. Interações digitais responderam por 92% do total de contratações, transferências e pagamentos em todos os canais (exceto numerários), acima dos 87% no mesmo período de 2021 e dos 73% dois anos atrás.

Como consequência, o número de agências físicas em todo o país encolheu em quase 20% em relação ao quarto trimestre de 2018, ou seja, em três anos e meio.

6. Outros bancos privados

Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), que já haviam apresentado resultados, foram questionados por analistas sobre o avanço da inadimplência. No Bradesco, o índice subiu para 3,9% no segmento de micro, pequenas e médias empresas no segundo trimestre, com aumento de 1,3 ponto percentual (p.p.) em relação ao mesmo período de 2021 e de 0,3 p.p. em relação aos três primeiros meses do ano.

O Santander Brasil apresentou tendências negativas no período, segundo analistas, que citaram o aumento das despesas com provisões e o ambiente econômico com maior risco de calote. O comando do banco considerou, no entanto, que a inadimplência está sob controle.

No início de julho, o Itaú anunciou a compra da corretora Avenue, como parte da estratégia de atender o público brasileiro com maior interesse em ativos no mercado americano.

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