Os alertas do BOE para a economia e outros 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta quinta-feira (4)

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Bloomberg Línea — O dia começa com o mercado local digerindo a decisão de ontem do Copom, o Comitê de Política Monetária, de aumentar pela 12ª vez consecutiva a taxa Selic. O Banco da Inglaterra seguiu a entoada do ciclo de aperto monetário e alertou, mais cedo nesta manhã, para perspectivas sombrias para a economia do Reino Unido. Lá fora, segue a temporada de balanços, que continuarão a ditar o tom dos mercados.

Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta quinta-feira:

1. Copom eleva Selic

Conforme o esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou em 0,50 ponto percentual a taxa Selic, para 13,75% ao ano, em decisão unânime. Esta foi a 12ª alta consecutiva desde março de 2021, quando a taxa estava em 2% ao ano.

No comunicado, o comitê disse considerar “apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista” e “avalia necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”. A ata da reunião está prevista para a próxima terça-feira (9), e pode dar pistas sobre o fim do ciclo de aperto monetário. Já a próxima reunião do comitê é prevista para os dias 20 e 21 de setembro.

2. Os alertas do BOE

O Banco da Inglaterra, BOE, na sigla em inglês, aumentou pela sexta vez consecutiva a taxa básica de juros. O aumento foi de 50 pontos base, o maior desde 1995, o que levou o custo de empréstimos a 1,75%.

Após o anúncio, o presidente do BOE, Andrew Bailey, afirmou que o choque da guerra da Rússia na Ucrânia é o maior contribuinte para a inflação no Reino Unido “de alguma maneira”, e projetou a mais longa recessão do país desde a crise financeira global, sugerindo perspectivas sombrias para o crescimento econômico, já a partir do final deste ano.

3. Mercados

Os futuros americanos operam em terreno positivo nesta manhã, com os investidores digerindo os lucros corporativos robustos da véspera e a surpresa positiva com indicadores macroeconômicos, que direciona o apetite dos investidores a posições de maior risco. Por outro lado, aumentam as apostas de que o Federal Reserve, o banco central americano, siga o ciclo de aperto monetário com novas altas nas taxas de juros.

Os futuros do Dow Jones, S&P e Nasdaq subiam 0,12%, 0,15% e 0,22%, respectivamente, perto das 8h30. Na Europa, o Stoxx600 subia 0,46%, e o FTSE tinha alta de 0,29%, na esteira dos ganhos da sessão anterior, e após a decisão do Banco da Inglaterra de subir a taxa de juros em 50 pontos base - o maior aumento desde 1995.

O Dollar Index, que compara a moeda norte americana com uma cesta de outras moedas, caía 0,23%.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: China dispara mísseis e munição real no Estreito de Taiwan durante exercício militar
  • Folha de S. Paulo: Datafolha: Eleitor de Bolsonaro desaprova STF e não foge de discussão virtual
  • O Globo: Auxílio Brasil: Empréstimo consignado multiplica efeito eleitoral do benefício, dando até R$ 2.600 a famílias
  • Valor: Mercado vê chance de último ajuste nos juros em setembro

5. Agenda

Os balanços ainda continuarão a ditar o tom dos mercados. Lá fora, destaque para os resultados da Alibaba, Eli Lilly, Toyota, Intercontinental Exchange, ConocoPhillips, Merck, Novo Nordisk, Bayer, Glencore, Cigna, Rolls-Royce, adidas, Lyft, Expedia, Deutsche Lufthansa, Warner Bros Discovery, Vertex Pharmaceuticals, DoorDash, Atlassian, Amgen, Block, EOG, Kellogg, AMC.

Já sobre indicadores econômicos, os destaques são os números de pedidos de seguro-desemprego nos EUA, demissões anunciadas do mês de julho e balança comercial, também de julho. Na Europa, a decisão de política monetária do Bank of England (BoE) foi o destaque da manhã, além da entrevista de seu presidente, Andrew Bailey, e do relatório econômico do BCE. Não há destaques para a agenda local de indicadores.

E também...

As cotações do petróleo oscilavam nesta manhã, com o petróleo tipo Brent caindo 0,15%, a US$ 96,94 o barril, enquanto os preços do WTI subiam 0,34%, a US$ 91,00 o barril. Ontem, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, OPEP+, concordaram em aumentar em apenas 100 mil barris por dia a produção em setembro. O grupo também emitiu um alerta severo sobre a capacidade ociosa “severamente limitada”.

Ainda sobre commodities, o minério de ferro cai pelo quinto dia consecutivo seguindo uma contração na produção chinesa de aço, que piora as perspectivas de demanda. O ingrediente siderúrgico caiu mais de 10% em Singapura desde a última quinta-feira, em meio à crescente crise imobiliária e desaceleração do crescimento na China.

--Com informações da Bloomberg News

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