Tensão entre EUA e China e outros 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta terça-feira (2)

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Bloomberg Línea — O dia começa marcado pelas tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China, que pesa no sentimento dos investidores e afeta grande parte dos mercados. No Brasil, a produção industrial teve recuo no mês de junho, tanto na comparação mensal quanto anual. Enquanto isso, a agenda de dados e de resultados corporativos do dia está carregada, e os olhos dos investidores brasileiros já se voltam para a reunião do Comitê de Política Monetária, que começa hoje em Brasília.

Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta terça-feira:

1. Produção industrial

A produção industrial brasileira registrou recuo no mês de junho, queda de 0,4% em comparação com maio e 0,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, puxada pelas indústrias farmacêutica, de petróleo e biocombustíveis. O número veio abaixo do consenso do mercado, que esperava por uma queda de 0,3% nas comparações mensal e anual.

Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, e mostraram também que 15 dos 26 setores pesquisados tiveram queda na produção no período.

2. Tensão geopolítica

É esperado que a presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, visite o Taiwan nesta terça-feira, como parte do itinerário de sua viagem pelo continente asiático, que começou ontem. A notícia causou furor no governo chinês ainda na semana passada, com Pequim alertando para “sérias consequências” caso a passagem de Pelosi pelo país se concretize, já que a China considera o Taiwan seu território.

Pelosi seria a primeira presidente da Câmara a visitar a ilha em 25 anos. Ontem, o ministério das Relações Exteriores da China advertiu que a visita “ameaçaria seriamente a paz e a estabilidade” do estreito de Taiwan.

3. Mercados

A aversão ao risco contamina grande parte dos merdacos hoje. Os futuros americanos operam em queda nesta manhã, assim como o Ibovespa futuro, com o aumento das tensões geopolíticas entre EUA E China ditando o tom do dia. O Ibovespa recuava 0,33%, a 102.424 pontos, enquanto os futuros do Dow Jones, S&P e Nasdaq caíam 0,51%, 0,59% e 0,77%, respectivamente.

Na Europa, o sentimento também se mantinha, com o Stoxx600 recuando 0,54%, e o FTSE, de Londres, subindo 0,03% às 9h00, depois de cair nas primeiras horas da manhã. Com o apetite por risco diminuindo entre os investidores, o bitcoin também perdia ganhos e operava abaixo da faixa dos US$ 23 mil, chegando ao quarto dia seguido de queda.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: Como o mercado financeiro usa modelos matemáticos para tentar prever o resultado das eleições
  • Folha de S. Paulo: Bolsonaro diz acreditar que pode ser preso se sair da Presidência
  • O Globo: Lula sofre no Sul; Bolsonaro, no Nordeste: entenda a reta final de definição dos palanques
  • Valor: Com corte de ICMS, São Paulo deixa de pagar R$ 2,6 bilhões ao Tesouro este ano

5. Agenda

Na agenda local, destaque para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que começa nesta terça-feira em Brasília e que definirá a nova taxa básica de juros, a Selic. A decisão será anunciada amanhã, quarta-feira (3). Já sobre indicadores econômicos, saíram nesta manhã os números de produção industrial referentes ao mês de junho, e que mostraram recuo depois de 4 meses de alta.

Nos EUA, saem os números ainda pela manhã das ofertas de emprego da pesquisa JOLTS, e também os estoques semanais de petróleo, às 17h30 no horário de Brasília.

O dia também está carregado de balanços. No Brasil, saem os resultados da Engie Brasil, Cielo, Copasa, Iguatemi, JSL, e Getnet. Lá fora, os resultados corporativos incluem BP, Caterpillar, Ferrari, Marriott, KKR, Uber, S&P Global, Occidental Petroleum, Electronic Arts, Gilead Sciences, Advanced Micro Devices, Starbucks, Airbnb, PayPal, Marathon Petroleum.

E também...

Os preços do petróleo oscilavam ligeiramente no começo da manhã desta terça, com os investidores digerindo as preocupações com a demanda diante de uma possível desaceleração econômica global. Perto das 8h50, o petróleo tipo Brent avançava timidamente, alta de 0,01%, a US$ 99,94 o barril, enquanto o petróleo tipo WTI subia 0,10%, a US$ $93,94.

Na esteira da tensão sobre os preços, várias outras commodities recuavam hoje, seguindo mais uma vez as preocupações sobre uma possível recessão, além do aumento da tensão entre EUA e China, o que levou os investidores a buscarem por ativos considerados como refúgios.

--Com informações da Bloomberg News

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