Bloomberg — O ex-presidente Lula (PT) tem sobre a mesa uma série de propostas para substituir a regra do teto de gastos caso vença a eleição em outubro.
Nada foi definido ainda, mas os conselheiros do petista afirmam que, independente de qual seja a nova regra, será preciso pedir ao Congresso autorização para gastar mais logo no início de 2023.
O novo governo terá que arcar com os custos de zerar a fila do INSS e de tentar manter o Auxílio Brasil em R$ 600.
Barbosa
Segundo um interlocutor de Lula, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa é um dos mais ouvidos pela campanha quando o assunto é o teto.
Barbosa, que foi parte da administração de Dilma Rousseff, disse em janeiro deste ano em entrevista que o próximo governo terá que aumentar os gastos públicos, ainda que temporariamente, para combater o aumento da pobreza e o desemprego. Segundo ele, o mercado financeiro já percebeu que a atual regra que limita o crescimento dos gastos públicos à inflação “é inexequível”.
O nome do ex-ministro foi, inclusive, citado algumas vezes por Lula em evento em Brasília na quinta-feira (28).
Foco é na economia
O entorno de Lula tem sugerido ao candidato que não responda diretamente aos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema de votação brasileiro e às urnas eletrônicas. Para auxiliares do petista, Lula não pode ser “arrastado” para uma pauta que é muito mais cara a Bolsonaro.
A avaliação é que o ex-presidente precisa insistir em falar de economia. A ideia é que as respostas sobre as urnas sejam concentradas nos partidos da chapa. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), chegou a ser repreendida internamente por comentar o encontro de Bolsonaro com embaixadores na semana passada.
Economia sim, Fazenda, não
Paulo Guedes fica no governo se Bolsonaro ganhar, mas se puder continuar a comandar a “super pasta” da Economia. A interlocutores, o ministro diz que não veio para o governo para ter seu trabalho limitado.
O único problema é que Bolsonaro - que já disse que quer que Guedes fique - também já prometeu para o centrão a criação de novos ministérios, sendo que uma possibilidade seria desmembrar a Economia, voltando a ser Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento.
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