Bloomberg — Os compradores estrangeiros voltaram ao mercado imobiliário dos Estados Unidos.
Não cidadãos dos EUA responderam por US$ 59 bilhões em compras de imóveis nos 12 meses até março, alta de 9% em relação aos 12 meses anteriores e o primeiro aumento em três anos, segundo relatório da Associação Nacional de Corretores de Imóveis (NAR, na sigla em inglês).
O preço médio das casas compradas por estrangeiros saltou 18%, para quase US$ 600 mil, o que aumentou o volume de dinheiro arrecadado pelo setor, mesmo com a queda no número de casas vendidas ao menor nível desde 2009, segundo o NAR.
Os compradores brasileiros ficaram em quarto lugar no ranking da associação. Gastaram US$ 1,6 bilhão no período, ou 3% do total. O valor médio de compra por brasileiros foi de US$ 434,8 mil. Os canadenses foram os não americanos que mais compraram casas no período: responderam por 11% do total gasto, ou US$ 5,5 bilhões - compra média de US$ 416,1 mil.
De acordo com a associação, 44% dos compradores estrangeiros pagaram à vista, contra 24% da média geral.
Os preços das casas nos EUA disparam na pandemia. A escassez de imóveis à venda e as baixas taxas de hipotecas alimentaram as disputas em leilões ao redor do país. Ultimamente, a economia vacilante e os altos custos dos empréstimos têm mantido potenciais compradores afastados, o que é um sinal de que o mercado vai desaquecer.
“Em retrospecto, a ausência dos compradores internacionais nos últimos dois anos, quando o mercado cresceu, foi boa”, diz Lawrence Yun, economista-chefe da NAR. “A concorrência extra teria levado a uma dificuldade ainda maior na compra de potenciais compradores de casas nos EUA.”
É interessante explicar como a NAR define o que é um comprador estrangeiro. Segundo o relatório, 57% são imigrantes que moram nos EUA há menos de dois anos ou portadores de visto de residência que não são cidadãos do país.
A Flórida foi o principal destino dos compradores internacionais, respondendo por 24% de todas as transações residenciais internacionais.
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