Bloomberg — As vendas da L’Oreal subiram à medida que a demanda por maquiagem se recuperou e que a força de seus produtos de luxo compensou o impacto negativo das restrições contra covid-19 na China.
As vendas gerais totais aumentaram 13% numa base comparável no segundo trimestre, disse a empresa francesa na quinta-feira (28). Os analistas esperavam um ganho de 9,7%.
As ações da empresa subiam até 5% na manhã desta sexta-feira (29).
A L’Oreal Luxe tornou-se a maior unidade do grupo no ano passado, superando a divisão de produtos de consumo de massa, que vende a máscara para cílios da marca Maybelline New York e o shampoo da marca Garnier. Consumidores vêm gastando mais com marcas premium de beleza, como os cremes Helena Rubinstein e os perfumes Yves Saint Laurent. O ramo de produtos de luxo cresceu 15%.
Os investidores vêm prestando atenção nos sinais de que os consumidores estão sentindo o aperto da inflação mais alta e comprando produtos mais baratos. A empresa disse que está confiante de que terá um desempenho superior ao deste ano.
“Não estamos vendo consumidores trocando nossas marcas”, disse o CEO Nicolas Hieronimus em entrevista à Bloomberg TV. “Pelo contrário, eles estão investindo em qualidade e nossos melhores produtos e marcas são os que apresentam o crescimento mais rápido.”
Direcionar os consumidores para marcas mais caras e premium está ajudando a L’Oreal a superar sua própria inflação de custos enquanto as empresas lutam com o aumento dos custos de energia, combustível, matérias-primas e despesas trabalhistas.
A empresa disse que a inovação estava ajudando a absorver custos mais altos enquanto ainda investia em suas marcas. A margem operacional da L’Oreal subiu para 20,4% no primeiro semestre – uma alta de 70 pontos-base.
A L’Oreal fará novos aumentos de preços no segundo semestre, disse Hieronimus em uma chamada com analistas, acrescentando que está confiante na capacidade da empresa de “superar” a inflação.
“Analisando o segundo semestre, estamos preparados e bullish”, disse Hieronimus. “Preparados porque estamos conscientes do alto nível de incerteza e volatilidade das perspectivas econômicas atuais, dos temores de recessão, do possível impacto da inflação sobre o consumo e da continuação das tensões na cadeia de suprimentos”.
A divisão de consumo da L’Oreal sofreu durante a pandemia devido às restrições e regras de uso de máscaras, que prejudicaram a demanda por maquiagem. Embora a maioria das regiões tenha acabado com essas restrições, a política chinesa de covid zero e o lockdown em Wuhan podem continuar a afetar a demanda por esses produtos.
A L’Oreal disse que um lockdown em Xangai afetou as entregas de produtos no início do segundo trimestre. Mas a receita na China cresceu em dois dígitos no mês passado quando a maioria das restrições foram encerradas.
O lucro operacional saltou um quarto no primeiro semestre e ficou acima das expectativas dos analistas.
--Com a colaboração de Anna Edwards.
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