Bloomberg — Enquanto os executivos do Banco Santander (SANB11) comemoravam lucros acima do esperado, tiveram que responder a perguntas sobre a piora na qualidade do crédito no Brasil.
O credor disse que o custo do risco no negócio brasileiro - medido pelo coeficiente entre provisões para perdas com empréstimos nos últimos 12 meses e o volume da carteira de crédito médio no período - saltou para 4,26% no segundo trimestre, contra 3,51% um ano antes, enquanto os encargos líquidos para cobrir perdas com empréstimos saltaram 73%.
O Brasil caminha para a eleição presidencial com a população furiosa com a disparada de preços de alimentos e combustível. A inflação alta, aliado ao aperto monetário agressivo do Banco Central, aumenta a perspectiva de inadimplência de empresas e famílias nos próximos meses.
A qualidade de crédito no Brasil é fundamentais para o Santander, que contou com a maior economia da América Latina para mais de 30% de seu lucro antes de impostos no primeiro semestre do ano. A unidade do credor no Brasil registrou uma queda anual na receita líquida de juros em reais no segundo trimestre, enquanto seu índice de inadimplência saltou para 6,3%, ante 4,6% no ano anterior.
Em uma teleconferência de balanço, Alvaro Serrano, analista do Morgan Stanley, perguntou a executivos do banco se o credor conseguiria cumprir sua estimativas para o Brasil este ano.
“Estamos vendo o aumento do custo do risco no portfólio”, disse o CEO José Antonio Álvarez disse em resposta. “Continuamos construtivos e achamos que estamos no controle disso.”
A estimativa do banco é de um custo de risco no Brasil entre 4% e 4,5% em 2022. Álvarez disse que ainda acha que pode mantê-lo dentro dessa faixa.
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